Faltando um ano e cinco meses para as eleições de 2020, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) confirmou que disputará a reeleição. Confiante na vitória, ele afirmou que só Deus ameaça a sua vitória para continuar no comando do município por mais quatro anos.
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Marquinhos saiu do script comum dos candidatos à reeleição. Geralmente, mesmo sendo óbvio e para evitar desgaste por tanto tempo, presidente, governador e prefeito só admitem a candidatura em cima do prazo legal. No ano passado, Reinaldo Azambuja (PSDB) cumpria agenda de candidato, mas só oficializou a candidatura a menos de quatro meses das eleições.
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O prefeito está tão confiante na vitória em 2020, que fez aposta arriscadíssima ao antecipar o pleito em um ano, no mínimo. A partir de agora, todas as atitudes e lançamentos podem ser questionados pelos adversários, que vão usar a declaração para minar os ganhos políticos junto ao eleitorado.
O jornal Correio do Estado anotou que o prefeito só vê um adversário na frente. “Sou candidato à reeleição. Meu maior concorrente é Deus. Se Deus avaliar e aprovar minhas atitudes, ele vai me reconduzir”, afirmou.
Não é a primeira vez que Trad adota discurso messiânico. No ano passado, ele entregou as chaves da cidade simbolicamente para Jesus durante a marcha evangélica. Em praticamente todos os atos, ele sempre o criador do universo.
No entanto, o prefeito ponderou que é contra a reeleição. Em seguida, ele justificou que só será candidato porque a lei permite. “Sou candidato a reeleição sim, mesmo sendo contra, a legislação me permite. Eu cumpro as leis. Eu sou um legalista”, argumenta.
Nos bastidores, o prefeito já vem articulando apoio à reeleição. Ele apoiou Reinaldo no ano passado com a promessa do tucano subir no seu palanque em 2020.
No entanto, o PSDB enfrenta um dilema, já que a deputada federal Rose Modesto, campeã de votos no ano passado, quer disputar a prefeitura. Caso os tucanos lhe neguem a legenda, ela poderá ser candidata a prefeita pela segunda vez pelo Podemos, o partido do senador Álvaro Dias.
O PSDB pode indicar o candidato a vice-prefeito na chapa de Marquinhos. O mais cotado é Carlos Alberto Assis, que foi rebaixado de secretário de Administração para chefe de gabinete do governador.
O juiz federal Odilon de Oliveira deve deixar o PDT e apoiar a reeleição de Marquinhos para garantir a permanência do filho, Odilon Júnior, na Câmara Municipal. Sem a sua principal estrela, o PDT pode lançar Dagoberto Nogueira.
Mais votado nas eleições para senador, o procurador Sérgio Harfouche é outro pré-candidato a prefeito. Ele pode trocar o PSC pelo PSL, caso o deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar, decida não disputar o cargo de prefeito.
Outro adversário de Marquinhos pode sair do MDB, presidido pelo ex-governador André Puccinelli (MDB). Principal nome da sigla, ele só não deve disputar em decorrência dos problemas com a Justiça, principalmente, por causa da Operação Lama Asfáltica.
A alternativa do partido, que governou a Capital por duas décadas, é a senadora Simone Tebet (MDB), que pode negociar o apoio à reeleição em 2022.
O PT pode lançar o deputado estadual Pedro Kemp, que sempre resistiu em disputar cargos executivos. A incógnita na sigla é o destino do ex-governador Zeca do PT, que pode repetir a estratégia de 2012 e optar pela disputa segura do cargo de vereador.
O desgaste inédito sofrido por Jair Bolsonaro (PSL) em menos de cinco meses pode animar o esidente regional a disputar a prefeitura pela novamente. Em 1996, Zeca perdeu no segundo turno para André por apenas 411 votos.
O ex-prefeito Alcides Bernal (PP) sonha em voltar a disputar a prefeitura, mas precisará recuperar os direitos políticos. Apesar de ter ficado como primeiro suplente de deputado federal, ele perdeu a vaga para Bia Cavassa (PSDB) porque está inelegível.
Com dois ministros sul-mato-grossenses, o DEM sonha em ter condições de disputar uma vaga no segundo turno em 2020. O empresário e pecuarista Paulo Matos vem percorrendo os bairros e estabelecimentos comerciais em busca de visibilidade. Ele conta com o respaldo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que é primo de Marquinhos.
O PTB cogita lançar o ex-senador Delcídio do Amaral.
A eleição municipal vai ser influenciada por uma série de fatores. O sucesso ou fracasso de Bolsonaro vai determinar o rumo de muitos pré-candidatos nas próximas eleições. E como a sua gestão só está no começo, qualquer previsão não passará de mera profecia.
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