Pesquisa do Instituto Ranking revela que as medidas impopulares e as denúncias não abalaram a popularidade do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) nos primeiros 100 dias. Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) enfrentou desgaste e não manteve a tradicional lua de mel no mesmo período com os eleitores de Mato Grosso do Sul.
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Realizado em 20 cidades, com 3 mil eleitores, o levantamento mostra que 31,16% dos eleitores consideram a gestão tucana como ótima ou boa, enquanto 38,06% a avaliam como regular. Reinado foi classificado como ruim/péssimo por 22,2%, enquanto 8,58% não opinaram.
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Os números são inferiores aos índices registrados em dezembro, quando o governador chegou a ser considerado ótimo/bom por 40,16% em Campo Grande. No entanto, em relação a julho do ano passado, quando 28,22% tinham a mesma avaliação, mostra que ele está com avaliação melhor.
Os números são favoráveis ao tucano apesar das denúncias de corrupção, como a Operação Vostok, que aponta o suposto pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas pela JBS. O Superior Tribunal de Justiça bloqueou R$ 277 milhões do governador, junto com a esposa e os três filhos.
Em fevereiro deste ano, a Justiça autorizou cumprimento de mandados de busca e apreensão na Governadoria para apurar o desvio de R$ 1,6 milhão na contratação sem licitação de gráfica para a Secretaria de Governo.
Reinaldo ainda mantém a popularidade apesar das medidas de austeridade adotadas neste ano, como o PDV (Programa de Demissão Voluntária) e do corte de 22 mil das 45 mil famílias pobres do Vale Renda.
O tucano foi beneficiado pelo reajuste de 16,38% nos salários do primeiro escalão e apoio a emenda que restringe a atuação de promotores e procuradores de Justiça no combate à corrupção contra autoridades e políticos com foro especial.
Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro sofre desgaste inédito nos primeiros 100 dias de mandato. No Estado, conforme o Ranking, 40,16% o consideram ótimo/bom, enquanto 30,6% o avaliam como regular e 20,43%, ruim ou péssimo.
Eleito com 65,5% dos votos em Mato Grosso do Sul, ele chegou muito rápido à reprovação de 20,43% dos eleitores. Geralmente, em início de mandato, o presidente da República acumula índice abaixo dos dois dígitos.
O desgaste pode ser reflexo da demissão de dois ministros, recuos e manifestações polêmicas. No Estado, o presidente não colheu os frutos de ser o primeiro na história da República a nomear dois ministros sul-mato-grossenses, Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tereza Cristina (DEM).
Os últimos ministros de MS foram Carlos Marun (Michel Temer), Ramez Tebet (Fernando Henrique Cardoso) e Delcidio do Amaral (Itamar Franco).
Pesquisa Datafolha apontou um cenário mais preocupante para Bolsonaro, onde 30% o consideram ruim/péssimo, contra 32% que o classificam como ótimo/bom. Ele é considerado regular por 33%.
As pesquisas mostram que as denúncias de corrupção não causam muito desgaste na imagem dos políticos para o eleitor sul-mato-grossense, que deu sinais semelhantes ao garantir a eleição de presos para a Assembleia Legislativa e de outros enrolados em várias ações por improbidade.
Até quando o eleitor sul-mato-grossense não vai adotar o ditado milenar de que a “mulher de César não basta ser honestas, mas parecer honesta”?
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