Mato Grosso do Sul paga o maior salário de governador do País a Reinaldo Azambuja (PSDB), conforme levantamento realizado nos portais da transparência das 27 unidades da federação. Mesmo com população menor e orçamento muito inferior, o Estado tem subsídio superior aos chefes do Poder Executivo de São Paulo.
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Com o reajuste de 16,38% no início deste ano, o salário de Reinaldo passou de R$ 30.471,12 para R$ 35.462,27, conforme o Portal da Transparência. Este valor só é pago por outros dois estados brasileiros, Acre e Sergipe.
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Dos 27 governadores, 21 recebem abaixo de R$ 30 mil. O menor subsídio é pago por Pernambuco, onde o salário de R$ 9,6 mil está congelado desde 2003, desde a época de Eduardo Campos (PSB), morto em trágico acidente aéreo em 2014.
Cabe obsevar que o pernambucano Paulo Câmara (PSB) optou pelo vencimento pago pelo Tribunal de Contas do Estado, onde é funcionário de carreira e recebe R$ 36.427,42.
A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB) recebe o salário de R$ 9,9 mil por mês. O vice-governador sul-mato-grossense, Murilo Zauith (DEM) recebe 186% a mais, R$ 28,3 mil mensais.
Minas Gerais paga R$ 11.440 ao governador Romeu Zema (NOVO), enquanto MS paga 209% a mais para Reinaldo.
João Dória (PSDB) recebe R$ 23.048,59 para governar São Paulo, estado mais populoso e rico do País. O tucano comanda 45,5 milhões de habitantes, conforme estimativa do IBGE do ano passado, e administra orçamento de R$ 230 bilhões. O orçamento de SP é 15 vezes superior ao de Mato Grosso do Sul, considerando-se os R$ 15 bilhões previstos para este ano.
No entanto, Reinaldo recebe salário 53,86% maior do que o colega de partido. O Estado conta com 2,748 milhões de habitantes.
Flávio Dino (PCdoB) recebe R$ 15,9 mil, menos da metade do valor embolsado todo mês por Reinaldo, para comandar o Maranhão, estado com população 156% maior (7,035 milhões de moradores) e orçamento anual de R$ 21,2 bilhões.
Os salários dos governadores
Estado | Governador (a) | Valor (R$) |
Mato Grosso do Sul | Reinaldo Azambuja (PSDB) | 35.462,27 |
Sergipe | Belivaldo Chagas (PSD) | 35.462,22 |
Acre | Gladson Camelli (PP) | 35.461,00 |
Paraná | Ratinho Júnior (PSD) | 33.763,00 |
Roraima | Antônio Denarium (PSL) | 30.900,00 |
Pará | Helder Barbalho (MDB) | 30.386,70 |
Paraíba | João Azevedo (PSB) | 29.688,58 |
Amazonas | Wilson Lima (PSC) | 28.000,00 |
Rio Grande do Sul | Eduardo Leite (PSDB) | 25.355,67 |
Rondônia | Coronel Marcos Rocha (PSL) | 25.322,25 |
Goiás | Ronaldo Caiado (DEM)* | 25.052,50 |
Amapá | Waldez Góes (PDT) | 24.376,88 |
Tocantins | Mauro Calesse (PHS) | 24.117,00 |
Distrito Federal | Ibaneis Rocha (MDB) | 23.844,00 |
São Paulo | João Dória (PSDB) | 23.048,59 |
Espírito Santo | Renato Casagrande (PSB) | 22.998,73 |
Bahia | Rui Costa (PT) | 22.400,00 |
Rio Grande do Norte | Fátima Bezerra (PT) | 21.900,00 |
Mato Grosso | Mauro Mendes (DEM) | 20.278,77 |
Rio de Janeiro | Wilson Witzel (PSC) * | 19.807,32 |
Alagoas | Renan Filho (MDB) | 18.279,71 |
Piauí | Wellington Dias (PT) | 17.985,00 |
Ceará | Camilo Santana (PT) | 17.607,61 |
Maranhão | Flávio Dino (PCdoB) | 15.915,40 |
Santa Catarina | Carlos Moisés (PSL) | 15.000,00 |
Minas Gerais | Romeu Zema (NOVO) | 11.440,00 |
Pernambuco | Paulo Câmara (PSB) | 9.600,00 |
(*) não recebem como governador |
Até o ano passado, Reinaldo abria mão de 50% do salário. Neste ano, o tucano passou a receber o valor integralmente e destinar metade para entidade beneficente. No dia 27 do mês passado, ele fez o sorteio da contemplada.
Estratégia semelhante é adotada pelo governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL). Só que o roraimense doa mais da metade do salário de R$ 30,9 mil. Conforme jornais da região, ele destina R$ 1,5 mil por mês para 15 entidades beneficentes.
Reinaldo recebe o maior salário do Centro-Oeste. Ronaldo Caiado (DEM) abriu mão do subsídio de R$ 25 mil como governador de Goiás. O menor subsídio da região é pago ao governador Mauro Mendes (DEM), do Mato Grosso, que recebe R$ 20,2 mil.
Há casos em que os governadores seguem o exemplo dos secretários sul-mato-grossense e acumulam o subsídio com aposentadoria. O Coronel Marcos Rocha (PSL), de Rondônia, recebe R$ 13.558,60 como policial da reserva da Polícia Militar e o subsídio de R$ 25.322,25 como governador.
O mesmo ocorre em Santa Catarina, onde Carlos Moisés, conhecido como Comandante Moisés (PSL), recebe R$ 26.589,68 como coronel do Corpo de Bombeiros e mais R$ 15 mil como governador.
Apesar do aumento de 16,38% nos salários do primeiro escalão, do governador e do vice-governador, o Estado gasta com pessoal mais do que o permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Em decorrência do desequilíbrio nas finanças, Reinaldo lançou o PDV (Programa de Demissão Voluntária), suspendeu promoções e cortou 48% das 45 mil famílias pobres beneficiadas pelo Vale Renda.
A expectativa é de que a bonança de fim de ano, que beneficiou os comissionados, não chegue a data-base dos 75 mil servidores públicos estaduais, que correm risco de ficar sem reajuste salarial neste ano.
A crise que marca os 100 primeiros dias do segundo mandato depende do ponto de vista. O Tribunal de Justiça, por exemplo, decidiu reduzir o número de estagiários e mirins e não mexeu nos salários e penduricalhos pagos aos magistrados.
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