A Caixa Econômica Federal não repassa dinheiro do Minha Casa Minha Vida desde dezembro do ano passado e ameaça a construção de aproximadamente 3,5 mil unidades para famílias pobres em Mato Grosso do Sul. A paralisação das obras pode gerar demissão em massa e deixar cerca de 10 mil trabalhadores sem emprego no Estado.
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É a segunda má notícia nesta semana para os mais pobres nesta semana. Na terça-feira, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) anunciou o corte do benefício para 22 mil das 45 mil famílias beneficiadas pelo Vale Renda. O Governo alega recebimento em duplicidade e fora do padrão de renda para cancelar a bolsa mensal de R$ 180.
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Agora, o calote no programa Minha Casa Minha Vida ameaça a construção de casas para famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil. A parcela representa 10% da renda mensal. Só na Capital, as empresas podem paralisar a construção de 2,3 mil casas e apartamentos.
O repasse está suspenso desde a posse de Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com uma fonte do setor, o Governo ficou sem orçamento para manter os pagamentos. A CBIC (Câmara Brasileira das Indústrias de Construção) informou que havia o compromisso do Governo federal de retomar os pagamentos em 90 dias.
No entanto, o mês de março terminou sem qualquer manifestação. No Brasil, 15 mil obras estão paradas por falta de pagamento. Só no Estado, conforme informação repassada ao Campo Grande News pelo presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria de Construção, Amarildo Miranda Melo, 53 empreendimentos estão parados.
O Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Construção e Mobiliário de Campo Grande) teme a demissão de 10 mil trabalhadores na Capital e no interior. Só uma empresa conta com 800 trabalhadores que podem perder o emprego com a suspensão das obras.
“As empresas estão ameaçando paralisar os canteiros de obras e isso significa demissão”, teme o presidente da entidade, José Abelha Neto.
Como o ministro da Integração Regional, Gustavo Canuto, estará hoje na Capital para a abertura da 81ª Expogrande, no Parque Laucídio Coelho, operários preparam manifestação nos canteiros de obras contra o calote.
O Governo federal reduziu o subsídio do programa e impôs novas regras para dificultar a concessão. Por enquanto, os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida construídos por empresas não sofreram atraso no pagamento, conforme um interlocutor da área.
A expectativa é de que a mobilização dos empresários e trabalhadores apresse o presidente a encontrar uma solução e acabar com o impasse para manter as obras em andamento.