A situação ficou ainda mais complicada para o prefeito e os sete vereadores de Ladário, afastados dos cargos e presos há mais de dois meses. A Justiça decretou o bloqueio dos bens e determinou a suspensão do pagamento dos salários em ação de enriquecimento ilícito proposta pelo Ministério Público Estadual.
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O prefeito afastado Carlos Ruso (PSDB) e os vereadores Augusto de Campos, o Gugu, Paulo Rogério Barbosa, Osvalmir Nunes da Silva, o Baguá, André Franco Caffaro, o Dedé, Agnaldo dos Santos Júnior, o Magrela, e Vagner Gonçalves dividem celas do Presídio de Trânsito desde 26 de novembro do ano passado. A sétima vereadora, Pastora Lilian Maria de Moraes, cumpre estadia no Presídio Feminino.
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Eles foram presos por determinação do desembargador Emerson Cafure, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, e são acusados de integrar organização criminosa para praticar os crimes de corrupção ativa e passiva e desvio de recursos públicos. Cada vereador recebia propina de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês para apoiar o prefeito.
Na esfera cível, o promotor Luciano Bordignon Conte denunciou o grupo por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito no dia 14 de dezembro de 2018. Ele ainda incluiu no rol dos denunciados os ex-secretários municipais de Administração, Andressa Moreira Anjos Paraquett, e de Educação, Helder Naulle Paes dos Santos (preso).
No dia 18 de dezembro passado, o juiz em substituição na Vara de Fazenda Pública de Corumbá, André Luiz Monteiro, determinou o bloqueio de R$ 188 mil do prefeito, dos sete vereadores e dos ex-secretários. Ele ainda determinou o afastamento dos cargos com a perda da remuneração.
Conte pede a condenação dos integrantes da organização criminosa a devolver aos cofres públicos o valor acrescido ao patrimônio, o pagamento de multa de três vezes o valor desviado, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos por 10 anos.
Apesar da longa estadia do prefeito e dos vereadores nos presídios da Capital, eles continuam tendo prestígio em seus partidos. Até o momento não houve manifestação pública de expulsão por parte do PSDB, PPS, MDB, PTB e PMN.
Parece que as siglas seguem a lógica atual da política brasileira, de deboche com o eleitor, de que denúncia por corrupção e até prisão vale como atestado de bom político. Em um país civilizado, uma simples contradição leva o representante do povo a ficar com vergonha e pedir desculpas.
Os escândalos não param de suceder no Brasil, em Mato Grosso do Sul, em Campo Grande… o pior de tudo é que ainda tem muito eleitor pagando vexame em defender os acusados e até condenados.
Como vamos evoluir?