Mato Grosso do Sul fechou 3.104 postos de trabalho em 2018, o pior resultado do Brasil, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Com este resultado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) concluiu o primeiro mandato com o fechamento recorde de 20.664 empregos.
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É o pior resultado para um Governo na história do Estado, fundado há 40 anos. Só para efeito de comparação, André Puccinelli (MDB) festejou a criação 80,9 mil novos empregos em quatro anos.
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Depois dos três anos iniciais marcados pelo desemprego, o mercado de trabalho ensaiou recuperação no início de 2018. Os números positivos dos primeiros nove meses até foram usados pelo tucano no horário eleitoral, que enfatizou a geração de novos empregos e o aumento real no salário dos trabalhadores.
Contudo, o resultado de dezembro, com o fechamento de 12.088 vagas de emprego – resultado de 25.180 demissões e 13.092 – jogou um balde de água fria na expectativa de reversão dos números. O número de demissões foi o pior para o mês em uma década, só ficando abaixo das 15.103 vagas fechadas em dezembro de 2008, ápice da última grave crise econômica mundial.
Mato Grosso do Sul fechou o ano na contramão do Brasil, que fechou com a criação de 529,5 mil novos empregos formais. Só quatro estados tiveram saldo negativo. Além de MS, o mercado de trabalho fechou com o desemprego em alta em Alagoas, Roraima e Acre. Dos três, só o governador sul-mato-grossense teve sorte nas urnas e conseguiu ser reeleito.
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Com o revés de dezembro, o Estado fechou com as demissões superando as contratações em 3.104 no ano passado. O setor que mais contribuiu com o péssimo resultado foi o de serviços, com o fechamento de 5.434 vagas, e o construção civil (-523). A indústria e o comércio criaram novas vagas, respectivamente, 1.093 e 1.535.
Com o resultado de 2018, o desemprego marcou os quatro anos do primeiro mandato de Reinaldo Azambuja.
Conforme o Caged, foram fechadas 4.874 vagas em 2017, 1.125 em 2016 e 11.561 em 2015.
A crise pode ser reflexo das denúncias de corrupção envolvendo o principal programa de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. De acordo com a delação premiada da JBS, homologada pelo Supremo Tribunal Federal, os últimos três governadores só concederam incentivos fiscais mediante o pagamento de propina.
Reinaldo é acusado de ter recebido R$ 67,5 milhões em propinas, conforme o inquérito 1.190, em tramitação no Superior Tribunal de Justiça. De acordo com a Operação Vostok, deflagrada em setembro do ano passado, houve prejuízo de R$ 209,7 milhões aos cofres estaduais.
Além de negar ter recebido vantagem indevida, o tucano culpa a crise econômica brasileira pelos resultados do primeiro mandato. Para reverter a situação, ele aposta na manutenção dos incentivos fiscais, em parcerias público-privadas, na política de concessões e grandes projetos, como a rota bioceânica e a ferrovia transamericana.
A esperança do sul-mato-grossense, abatido pelo fantasma do desemprego, é de que não se repita no segundo mandato os problemas do primeiro. O tucano vai precisar de milagre, principalmente, porque a fama é a situação ser mais difícil depois da reeleição.
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