Um escândalo sexual sacudiu a política campo-grandense nesta terça-feira e pode custar o mandato do vereador Eduardo Romero (Rede). O parlamentar responde na Justiça pelo suposto estupro de um garoto de 13 anos, ocorrido em 12 de novembro de 2017. Ele nega a acusação e se diz vítima de acusação “totalmente falsa”.
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Conforme o site TopMídiaNews, o caso foi levado à Polícia Civil pelos pais do adolescente no dia 17 de novembro de 2017, cinco dias após o suposto crime.
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O menino foi ajudar o tio na reforma da casa do vereador. Ele ajudava a passar fios para o tio, que estava encarregado em fazer os reparos na laje.
Ao ver o menino sozinho, Eduardo o convidou para ir até o quarto. No local, teria feito sexo oral no adolescente e obrigado o menor a retribuir o ato.
A mãe contou à polícia, conforme o site, que estranhou o comportamento do garoto. Ele passou a ficar arredio, alegar constantes dores de cabeça e não querer ir à escola.
Pressionado, o menino acabou contando o suposto estupro praticado pelo vereador. Os pais procuraram Romero e, no primeiro momento, ele negou crime. Conforme relato, também reproduzido pelo Campo Grande News, passado 15 minutos, Eduardo Romero pediu aos pais do adolescente que retornassem e teria confirmado a história.
De acordo com o relato, Eduardo alegou que estava sob efeito de drogas, chorou e pediu desculpas pelo crime. Os pais consideraram o caso grave e o denunciaram à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
O inquérito já virou processo judicial e tramita na 7ª Vara Criminal de Competência Especial de Campo Grande, especializada em crimes envolvendo crianças e adolescentes. Conforme o Campo Grande News, a primeira audiência ocorrerá no dia 5 de fevereiro.
Romero refutou a denúncia e ficou indignado com o vazamento do processo, que tramita em sigilo para proteger o menino. “Trata-se de uma acusação totalmente falsa e indevida. Estar na política te transforma em inimigo de muita gente, e não medem esforços para prejudicar e tirar de cena”, alegou o único representante da Rede na Câmara Municipal.
O escândalo deve custar o mandato de vereador ao jornalista e professor Eduardo Romero. Todos os vereadores envolvidos em escândalos sexuais envolvendo adolescentes perderam o mandato na Capital.
Nem o prestígio salva o acusado. O primeiro escândalo envolveu os vereadores Robson Martins e César Disney, que chegaram a ser presos pela exploração sexual de três adolescentes. O caso teve ampla repercussão em 2003. Disney e Martins renunciaram aos mandatos e entraram no ostracismo da política.
Ambos foram condenados em primeira instância e absolvidos por unanimidade pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Disney morreu de câncer. Martins se tornou advogado e nunca mais conseguiu ser eleito para nenhum cargo.
Em abril 2015, novo escândalo envolvendo exploração sexual levou à renúncia do vereador Alceu Bueno. Na época no PSL, ele foi denunciado junto com o ex-deputado estadual Sérgio Assis.
Bueno acabou sendo brutalmente assassinado com golpes de martelo e tábua e carne no final de setembro de 2016.
Além do legislativo municipal ter fama de implacável com crimes sexuais envolvendo adolescentes, a situação de Eduardo Romero tem o agravante do crescimento do direita. A sociedade brasileira tem vivido um momento de intolerância total com o comportamento sexual dos políticos.
O caso deve marcar o retorno dos vereadores ao trabalho no dia 5 de fevereiro, justamente o dia da primeira audiência na Justiça estadual.
“Confio na Justiça e em Deus”, diz vereador
Em nota de esclarecimento sobre a acusação, que viralizou nas redes sociais e nos grupos de aplicativos, o vereador Eduardo Romero insinua que é vítima de armação de inimigos. No entanto, não nomina quem deseja excluí-lo da vida pública.
Ele ainda ressalta que confia no trabalho da Justiça e em Deus. “Tenho a consciência limpa”, frisou.
Confira a nota na integra:
“Quanto a acusação que está circulando nas redes sociais e imprensa, esclareço:
Trata-se de uma acusação totalmente falsa e indevida. Estar na política te transforma em inimigo de muita gente, e não medem esforços para prejudicar e tirar de cena.
A justiça está fazendo seu trabalho e em breve teremos as respostas. Confio na Justiça e em Deus, e tenho a consciência tranquila.
Mas deixo o questionamento: como um processo sigiloso torna-se público gerando prejuízos incalculáveis, antes mesmo da decisão da própria Justiça? Absurdo.
Eduardo Romero”