Relatório do CFM (Conselho Federal de Medicina) mostra que oito prefeituras sul-mato-grossenses capricham no investimento em saúde, com gasto de mais de R$ 900 por habitante durante o ano de 2017. Por outro lado, 17 cidades destinaram menos de R$ 403,37, média nacional, considerado pouco e que já é uma vergonha para o caos enfrentado pela população.
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O maior investimento per capita de recursos públicos em Mato Grosso do Sul é feito pelo município de Figueirão, com R$ 1.429,61. O segundo colocado no ranking estadual ficou Jateí, com R$ 1.423,14, seguido por Taquarussu (R$ 1.421,68) e São Gabriel do Oeste (R$ 1.068,47).
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Outros quatro municípios investem mais de R$ 900, que são Inocência (R$ 979,69), Água Clara (R$ 966,59), Alcinópolis (R$ 958,19) e Paraíso das Águas (R$ 930,18).
O pior investimento per capita no Estado é de Ladário, com R$ 205,18. Curiosamente, o município pantaneiro está envolvido em um dos maiores esquemas de corrupção, que levou a prisão do prefeito Carlos Aníbal Ruso Pedrozo (PSDB) e sete vereadores.
Em um caso exemplar e chocante da política nacional, os parlamentares usaram irregularidades na saúde em troca de propina e de cargos na prefeitura. Conforme o MPE, eles arquivaram a CPI da Saúde após o pagamento de mensalinho de R$ 3 mil. Estão presos por determinação do desembargador Emerson Cafure, do Tribunal de Justiça, desde novembro do ano passado.
Confira o ranking completo
O segundo pior investimento é da Prefeitura de Ponta Porã, com R$ 241,24. A cidade localizada na fronteira com o Paraguai é o quinto maior município do Estado em população e investe quase metade da média nacional, conforme o CFM.
Com menos de R$ 300, ainda fazem parte do ranking da vergonha, as cidades de Japorã, com R$ 257,92, e Anastácio, com R$ 268,72. No total, 17 cidades investem abaixo da média nacional no Estado.
No ranking estadual dos maiores investimentos per capita em saúde, Campo Grande fica em 17º lugar, com R$ 686,56. Em relação a 2016, quando o valor estava em R$ 562,17, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) em 22,12%.
Conforme o CFM, o investimento campo-grandense é o maior entre as capitais. São Paulo ficou em 2º, com R$ 656,91, seguido por Teresinha (PI), com R$ 590,71.
No entanto, o recorde em investimento na Capital não reflete em melhoria no sistema, já que a população reclama, quase diariamente, da falta de médicos nos postos de saúde e até de remédios.
Outro problema crônico é a falta de leitos nos hospitais e nas Unidades de Terapia Intensiva. O Hospital do Trauma segue funcionando parcialmente porque a prefeitura e o Governo do Estado ainda não realizaram o repasse mensal de R$ 2 milhões cada, assumido em acordo firmado em setembro do ano passado.
O gasto recorde celebrado pelos jornais e sites eletrônicos leva o contribuinte a fazer dois questionamentos. O dinheiro está sendo mal gasto ou ainda não é suficiente?
O ranking dos maiores investimentos em MS
- Figueirão – R$ 1.429,61
- Jatei – R$ 1.423,14
- Taquarussu – R$ 1.421,68
- São Gabriel do Oeste – R$ 1.068,47
- Inocência – R$ 979,69
- Água Clara – R$ 966,59
- Alcinópolis – R$ 958,19
- Paraíso das Águas – R$ 930,18
- Costa Rica – R$ 877,09
- Laguna Carapã – R$ 851,21
- Bodoquena – R$ 790,52
- Três Lagoas – R$ 776,63
- Chapadão do Sul – R$ 773,68
- Novo Horizonte do Sul – R$ 751,69
- Rochedo – R$ 720,30
- Selvíria – R$ 695,10
- Campo Grande – R$ 686,56
Fonte: CFM