A revolta e a gritaria popular contra a sua nomeação para o Conselho de Administração de Itaipu, que lhe garante salário de R$ 27 mil e só o trabalho de frequentar uma reunião a cada dois meses, atingiram o ex-ministro Carlos Marun. Mantido no cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ex-secretário de Governo de Michel Temer (MDB) vê manifestações “eivadas de ódio” e “inveja”.
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Polêmico e insensível à opinião pública, Marun ganhou notoriedade como integrante da tropa de choque do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB). Fiel até na desgraça do emedebista, que foi cassado e preso por corrupção, ele até usou verba pública para visitá-lo no presídio em Curitiba (PR).
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A fidelidade foi transferida para o então presidente Michel Temer (MDB), acusado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. O emedebista terminou o mandato como o presidente mais impopular da história. No entanto, o fiel ministro só viu qualidades e previu que, se tivesse mais tempo, a popularidade superaria o astro pop Luan Santana.
Como prêmio pela fidelidade, Temer o nomeou como conselheiro da Itaipu Binacional, cargo disputadíssimo pelos políticos pelos altos salários e pelo pouco esforço exigido. Uma reunião a cada dois meses.
A nomeação no último dia de governo gerou uma ensurdecedora reação negativa nas redes sociais e nos grupos de aplicativos. Sempre polêmico, Marun não se conteve e divulgou uma carta aberta para se defender das críticas.
As críticas contra Marun
“Que merda tem um monte de pucha saco no estado que queria essa boquinha, ate eu kkkkkkkkkk”
“Esse cargo foi um prêmio por ele ter sido o puxa saco oficial n.1 do Temer”
“Este foi o preço do seu mal caráter”
“Vergonha p o MS ?”
“Quanta mamata tem neste Brasil. E por isto que não sobra pra saúde”
Vão acabar nos convencendo de que o crime compensa…”
“Desde então (a nomeação) tenho acompanhado manifestações eivadas de ódio e inveja, inclusive de sul-mato-grossenses que nada fizeram pelo estado e que agora tentam sabotar esta nossa conquista. Não me abalo com isto”, reagiu, minimizando de que só lhe critica quem tem inveja ou ódio.
Investigado pela Polícia Federal na Operação Registro Espúrio, que apura fraudes na concessão de registros pelo extinto Ministério do Trabalho, Marun exalta ter “vida limpa”. “Não pedi fórum (sic) privilegiado”, garante.
Ele só cita a ação por improbidade administrativa que apura suposto prejuízo de R$ 16 milhões na Agehab. Ele enfatiza este processo porque está na vida pública desde 1996 e só responde a uma única ação por improbidade.
“Sou mais do que ficha-limpa. Sou ficha-limpíssima”, gaba-se.
“Como ministro ajudei MS como poucos fizeram em sua história. Além de já ter auxiliado muitos municípios e o estado em diversas áreas, deixei garantidos cerca de Um Bilhão de Reais em projetos estratégicos para a nossa economia”, reforça, citando manchete do jornal Correio do Estado desta semana, em que ele supostamente teria garantido o investimento bilionário.
O ex-ministro destaca ainda a ponte sobre o Rio Paraguai em Porto Murtinho, que custará R$ 300 milhões e será bancada por Itaipu.
Ele contou que conhece a usina há 40 anos e tem capacidade técnica para o cargo por ser engenheiro e advogado.
Carta Aberta ao MS
Desde 1996 exerço funções públicas e mandatos. Fui responsável pela concretização do sonho da Casa Própria para mais de 70.000 famílias sul-mato-grossenses. Coordenei centenas de processos de licitação. Nunca recebi uma única condenação em nenhuma instância.
Respondo a um único processo por terceirização de serviços de informática da Agehab, que sempre aconteceram e continuam acontecendo na Agehab e em praticamente todos os órgãos públicos e empresas, inclusive na Polícia Federal. Não pedi fórum (?) privilegiado e as primeiras decisões do juiz já me favoreceram. Tenho certeza que serei absolvido. Sou mais do que ficha-limpa. Sou ficha-limpíssima.
Como ministro ajudei MS como poucos fizeram em sua história. Além de já ter auxiliado muitos municípios e o estado em diversas áreas, deixei garantidos cerca de Um Bilhão de Reais em projetos estratégicos para a nossa economia. Entre estes está a ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, que unirá o Atlântico ao Pacífico através do MS.
Esta obra será bancada por ITAIPÚ em função de uma articulação na qual fui protagonista. Você já tinha ouvido falar de ITAIPÚ investir em MS? Pois agora ela vai investir mais de R$ 300 milhões nesta ponte que vai alavancar a economia do nosso estado e isto em função também do meu trabalho.
No último dia 27/12 chegou a Presidência a renúncia de um dos membros do Conselho de Administração de Itaipú. Em conversa com o Presidente Temer manifestei interesse em ocupar esta vaga. Argumentei que Itaipú, cujo lago já banha MS, tornou-se importantíssima para o nosso estado e que era justo que tivéssemos participação na sua administração.
O Presidente, conhecedor do meu currículo, decidiu usar sua prerrogativa e me nomear, no que foi uma vitória pessoal e do MS, saudada inclusive por muitos dos meus adversários políticos. Hoje, o Presidente Bolsonaro, com quem tive momentos de convergência e divergência, mas que conhece o meu caráter, decidiu não rever o ato do Presidente Temer.
Desde então tenho acompanhado manifestações eivadas de ódio e inveja, inclusive de sul-mato-grossenses que nada fizeram pelo estado e que agora tentam sabotar esta nossa conquista. Não me abalo com isto.Tenho uma vida limpa, preciso trabalhar, sou Engenheiro e Advogado, conheço Itaipú há 40 anos, desde a sua construção que visitei como estagiário de Engenharia, e tenho conhecimento suficiente para prestar no exercício desta função novos e relevantes serviços ao Brasil e a Mato Grosso do Sul.
É o que farei.
Contem Comigo!
CARLOS MARUN