O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai ignorar a revolta e indignação de parte da sociedade brasileira e vai manter o ex-deputado federal Carlos Marun como integrante do Conselho de Administração da Itaipu. O polêmico e boquirroto ex-ministro está seguro no emprego dos sonhos, que prevê salário de R$ 27.098 por mês para participar de uma reunião bimestral.
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Fiel escudeiro do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB),preso e condenado por corrupção em Curitiba, e do ex-presidente Michel Temer (MDB), denunciado três vezes no Supremo Tribunal Federal, Marun foi contemplado com o cargo no último dia do ano.
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Nas últimas horas do cargo, Temer o exonerou do cargo de ministro e indicou para o Conselho de Administração da Itaipu. O mandato vai até 16 de maio de 2020. Para ter direito ao salário de R$ 27.098 por mês, o sul-mato-grossense será “obrigado” a participar de uma reunião realizada a cada dois meses.
Em vídeo gravada, o ex-ministro anunciou que, como vai sobrar muito tempo disponível, vai se dedicar à advocacia após o período de quarentena. De acordo com a legislação, ele só pode voltar a advogar seis meses depois de deixar o cargo de ministro.
Marun planejava tirar férias para descansar, mas não vai ser nem preciso. Como a reunião do conselho só ocorre uma vez por bimestre, não terá problemas para interromper o descanso por um dia e garantir a benesse.
A nomeação causou revolta nas redes sociais e indignação, principalmente, dos eleitores de Bolsonaro. A esperança de que as coisas iriam começar a mudar aumentou com a notícia do jornal O Estado de São Paulo, de que o presidente planejava rever o ato de Temer.
A sinalização empolgou até o vice-presidente, general Hamilton Mourão. Em entrevista à colunista Andréia Sadi, do G1, ele considerou imoral e antiética a nomeação de Marun. Mourão defendeu a demissão do ex-ministro.
No entanto, para frustração popular, o ex-deputado federal sul-mato-grossense não vai perder a boquinha. Em texto distribuídos nos grupos de aplicativos, Marun disse que o ministro Onyx Lorenzoni lhe telefonou e assegurou que a nomeação para a Itaipu está mantida.
Jornais locais e sites que apoiam o ex-ministro festejaram a notícia.
O Antagonista confirmou a informação. “O presidente optou por respeitar a decisão do ex-presidente. Marun é um membro importante do MDB, era homem de confiança de Michel Temer”, teria dito o chefe da Casa Civil.
Com a decisão, a indicação de Marun não se enquadra na revisão dos atos de Temer nos últimos 60 dias.
Para desalento de muitos, Marun vai continuar rindo por último.