Menos de sete meses após a deflagração da Operação Oiketicus pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), a Auditoria Militar tem se mostrado rápida, eficiente e exemplar no julgamento da denúncia. As primeiras sentenças não trazem boas notícias, para os criminosas, e servem de alento para a sociedade sul-mato-grossense, cansada de ver crimes prescreverem graças à morosidade do Poder Judiciário.
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No dia 16 de maio deste ano, por determinação do juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar, a PM e o Gaeco prenderam 28 policiais militares acusados de dar cobertura à Máfia do Cigarro em troca de propina. O valor chegava a R$ 100 mil por mês.
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Entre os presos estavam o sargento Ricardo Campos Figueiredo, que tinha cargo de direção na Secretaria de Governo e atuava como motorista do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Preso por obstrução de Justiça, ele conseguiu ser solto, mas voltou para a cadeia no dia 24 de maio deste ano por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
O Gaeco concluiu a investigação e apresentou a denúncia contra praças e oficiais.
O primeiro a ser condenado por obstrução de investigação de organização criminosa foi o tenente coronel Admilson Cristaldo Barbosa. O juiz o condenou a três anos por não fornecer a senha de acesso a um aplicativo de mensagens.
Nesta quinta-feira, o magistrado levou oito policiais a julgamento e condenou sete por organização criminosa e corrupção passiva.
Foram condenados a pena de 11 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado Lisberto Sebastião de Lima, 40 anos, Élvio Barbosa Roiro, 39, Valdison Gomes de Pinho, 42, Ivan Edemilson Cabanhe, 41, e Érik dos Santos Osuna, conforme o site Midiamax e o jornal Correio do Estado.
Acusados de serem integrantes da organização criminosa na condição de chefe, os policiais Angelucio Recalde Paniagua, 47, e Jhondnei Aguilera, 42, foram condenados a 12 anos e três meses de prisão.
As primeiras sentenças do juiz Alexandre Antunes da Silva sinalizam que os PMs poderão continuar na cadeia por mais tempo.
Na segunda-feira, ele preside a audiência de instrução e julgamento dos oficiais Admilson Cristaldo Barbosa, Oscar Leite Ribeiro e Luciano Espíndola .
Ricardo vai a julgamento por organização criminosa e corrupção no dia 17. No dia seguinte, ele volta ao banco dos réus para responder pelo crime de obstrução de investigação de organização criminosa porque destruiu dois telefones celulares para evitar a apreensão dos aparelhos.
Todos os processos tramitam em sigilo.
Só para efeito de comparação, o empresário João Amorim e o ex-deputado Edson Giroto são investigados na Operação Lama Asfáltica, oficialmente, desde julho de 2015 e ainda não foram condenados ou absolvidos. Eles estão presos desde 8 de maio deste ano, antes da operação ser deflagrada pelo Gaeco.[/fusion_text]