A Receita Federal identificou sete supostos crimes que ameaçam a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (PTC). Entre os fatos listados pelo G1, destacam-se a compra de uma fazenda por R$ 12 milhões e a festa de arromba de R$ 600 mil para comemorar os 15 anos da filha.
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Preso em novembro de 2015, quando foi acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, o então líder do Governo no Senado caiu em desgraça e teve o mandato cassado. Para deixar a prisão, Delcídio firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal e fez acusações contra vários políticos, inclusive os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT.
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O Ministério Público Federal do Distrito Federal foi o primeiro a questionar o acordo proposto pelo sul-mato-grossense porque não encontrou provas das acusações feitas contra Lula. Em julho deste ano, o ex-presidente e Delcídio foram absolvidos da denúncia de tentar comprar o silêncio e evitar a delação de Cerveró.
Agora, o ex-petista entrou na mira da Receita Federal, que identificou sete episódios que podem configurar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude processual e falsidade ideológica.
Conforme o fisco, o ex-senador pagou R$ 12 milhões por uma fazenda adquirida entre os anos de 2012 e 2013, sendo R$ 6,2 milhões pagos em espécie a portadores indicadores e R$ 5,8 milhões depositados em contas bancárias de terceiros. O dinheiro teria sido proveniente de corrupção.
A festa imponente para comemorar os 15 anos da filha também entraram na mira do Leão. Acostumada às colunas sociais e a ostentação, a família do ex-senador não teria economizado e torrou R$ 600 mil na festa de debutante. De acordo com o G1, o problema é que houve a comprovação dos gastos, mas não da origem do dinheiro, que não transitou na conta do ex-senador nem de familiares.
Outra suspeita envolve o pagamento de empréstimos bancários e de cartões de crédito com valores que não transitaram nas contas bancárias dele nem de familiares ou de pessoas que tenham fontes comprovadas.
Outras quatro irregularidades apontadas pelo G1 são:
Suspeita de vantagens financeiras envolvendo empresa de transportes que atua em portos;
Suspeita de recebimento de vantagens financeiras do Grupo JBS (elementos obtidos em coletas de provas no Grupo JBS);
Impasse tributário sobre fazenda na qual Delcídio teria tido ganho de capital;
Suposta de afronta ao acordo de colaboração.
A defesa do ex-senador preferiu não se manifestar sobre os supostos crimes apontados pela Receita, conforme o portal.
A eventual rescisão do acordo de colaboração premiada pode comprometer os projetos de Delcídio, que ensaia retorno à política estadual.
Nas eleições deste ano, mesmo com a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, ele disputou o Senado e ficou em 7º lugar. O resultado pode ser reflexo da guerra jurídica travada nas últimas 72 horas.
Caso consiga recuperar os direitos políticos, suspensos até 2026, o ex-senador poderia disputar o comando da Prefeitura de Campo Grande nas eleições de 2020 com o apoio do ex-governador André PuccinellI (MDB).
No entanto, não só a delação premiada na berlinda que deve preocupar o senador. Ele é réu na Operação Lava Jato por ter recebido propina de um milhão de dólares na venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
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