O surpreendente fechamento de vagas no setor de serviços fez setembro deste ano registrar o 2º pior resultado na geração de empregos para o mês em 14 anos em Mato Grosso do Sul. Os números acendem o sinal amarelo, porque interrompem a série de números positivos deste ano e podem levar o Estado a fechar o 4º ano consecutivo com mais demissões do que contratações.
De acordo com o Caged (Cadastro de Emprego e Desemprego) do Ministério do Trabalho, houve o fechamento de 2.645 vagas de emprego no mês passado no Estado, resultado das 20,7 mil demissões e 18,1 mil contratações. Os números vão na contramão dos dados nacionais, considerando-se a criação de 137,3 mil novos empregos com carteira assinada.
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O resultado é o segundo pior para MS desde 2004 e só ficou abaixo dos números registrados em 2015, quando foram fechados 2.815 empregos em setembro. No mesmo período do ano passado, foram fechados 199 postos.
O setor que mais demitiu no mês passado foi o de serviços, com o fechamento de 3,7 mil vagas. Os números positivos da indústria de transformação (490 novos empregos), comércio (349), agropecuária (150) e construção civil (18) não foram suficientes para reverter o quadro.
O município mais atingido pelo fechamento de postos de trabalho foi Dourados, a segunda maior cidade do Estado, com a eliminação de 3,7 mil vagas. As demissões superaram as contratações em Naviraí (-97), Rio Brilhante (-84) e Nova Andradina (-42).
As cidades com maior saldo positivo na geração de empregos foram Campo Grande (576), Três Lagoas (111), Corumbá (111) e Ponta Porã (62).
Desde a posse do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o mercado de trabalho não vem contabilizando bons números no Estado. De 2015 a 2017, de acordo com o ministério, 17.558 postos de trabalho foram fechados no Estado.
Os números começaram a indicar reação neste ano. Mesmo com a eliminação de 2,6 mil empregos no mês passado, o saldo positivo no ano é de 6,8 mil vagas no Estado.
No entanto, em setembro de 2017, o saldo positivo era de 3,2 mil vagas e o ano acabou fechando com 4,8 mil postos de trabalho fechados, considerando-se que as demissões superam as contratações em setores que mais empregam nos últimos meses do ano, como a construção civil.
Os números positivos até agosto eram o principal mote da propaganda do tucano de que o mercado de trabalho em Mato Grosso do Sul tinha a melhor recuperação do País. Agora, os números de setembro acendem o sinal de alerta.