Preso desde 20 de julho deste ano na Operação Lama Asfáltica, o ex-governador André Puccinelli (MDB) reafirmou ser inocente das denúncias de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele classificou como “fakenews” a suposta ameaça da esposa, Elizabeth Puccinelli, de fazer delação premiada caso não seja solto até o fim deste ano.
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A nota do colunista Lauro Jardim, do jornal carioca O Globo, caiu como bomba na política regional. Conforme o jornalista, a ex-primeira-dama tem enviado recados aos políticos de Brasília, de que se o marido não for solto até o dia 31 de dezembro deste ano, ela fará delação premiada.
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Conforme a notícia, publicada neste domingo, o mais aflito com a possível colaboração premiada seria o ministro Carlos Marun, chefe da Secretaria de Governo, e amigo do casal há décadas.
Marun foi o primeiro a reagir contra a notícia, que classificou como boato. Ele destacou que Beth Puccinelli é discreta e decente. Para o ministro, delação premiada é feita por bandidos, em alusão aos irmãos Joesley e Wesley Batista, que acusam 1,7 mil políticos brasileiros de receber propina e caixa dois.
Ao tomar conhecimento da suposta ameaça, na manhã de hoje, o ex-governador André Puccinelli também ficou furioso. “Não é verdade. Por que continuam querendo me prejudicar?”, teria dito o emedebista, conforme relato feito ao Correio do Estado pelo presidente municipal do MDB, Ulisses Rocha.
“Não existe delação de quem é inocente. Desminto os fakes que lançam contra mim e minha família”, teria dito o ex-governador, acusado de causar prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos.
A ameaça de delação premiada da ex-primeira-dama também preocupa ex-aliados. Com o marido preso há quase três meses, Beth poderia comprometer a imagem de muitas autoridades, tanto em Mato Grosso do Sul quanto em Brasília.
Por outro lado, a notícia pode comprometer a estratégia do ex-governador para tentar a liberdade no Superior Tribunal de Justiça. Novo habeas corpus, desta vez contra o acórdão da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, deve chegar nesta semana ao STJ.
Puccinelli já teve três pedidos de liberdade negados pelo TRF3 e pelo STJ. Ele é acusado de manter a prática dos crimes de lavagem de dinheiro por meio do Instituto Ícone e de ocultar provas da Polícia Federal em uma quitinete no Indubrasil.
O pior dos cenários para o emedebista é a divulgação da suposta ameaça de delação premiada por parte da ex-primeira-dama contra políticos de Brasília, que pode o recolocar nos holofotes como vilão.