A situação não está fácil para a família Picarelli. No domingo, Maurício Picarelli (PSDB) perdeu a eleição e a oportunidade de conquistar o 9º mandato consecutivo como deputado estadual. Em novembro, a esposa, a ex-vereadora Magali Marlon Picarelli, a nora e ex-nora vão a julgamento por peculato.
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A ex-parlamentar, a nora Kamilla de Souza Mattos, a ex-nora Aline Palma Padilha e Geiza Souza Vasconcelos foram denunciadas na Operação Urutau, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra esquema de desvio de dinheiro público por meio dos convênios com a Seleta e Omep, em dezembro de 2016.
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Além de responder por improbidade administrativa, elas são rés por peculato na 3ª Vara Criminal, onde a ação tramita em sigilo. Conforme o Diário Oficial da Justiça de 19 de setembro deste ano, a juíza Eucélia Moreira Cassal marcou o início do julgamento para as 14h de 9 de novembro deste ano, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação.
A magistrada decidiu dividir a audiência de instrução e julgamento em três fases. A seguinte será para ouvir as testemunhas de defesa e a última, interrogatório das rés.
Conforme o Gaeco, Aline e Kamilla foram contratadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social por meio do convênio com a Seleta e cedidas para trabalhar no gabinete da então vereadora da Capital. Só que monitoramento revelou que as mulheres não frequentavam a Câmara Municipal.
O mais grave, os funcionários da vereadora não conheciam as “colegas” de serviço. Na Operação Urutau, Magali foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento sobre o escândalo.
A vereadora não conseguiu se reeleger em 2016. Ela, a ex-nora e nora chegaram a ter R$ 171,5 mil bloqueados pelo juiz Marcel Henry Batista de Arruda, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, mas o Tribunal de Justiça suspend eu o bloqueio para não comprometer a subsistência das acusadas.
Neste ano, o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, condenou a Omep e a Seleta a devolver o dinheiro desviado dos convênios. Ele ainda julgará a ação contra os ex-prefeitos Gilmar Olarte, Alcides Bernal (PP) e Nelsinho Trad (PTB), que podem ser condenados a devolver R$ 16 milhões aos cofres públicos.
Deputado deixará Assembleia após 32 anos
O deputado estadual Maurício Picarelli vai deixar a Assembleia Legislativa em 2019 após 32 anos ininterruptos. Ele é um dos sete parlamentares que não conseguiu a reeleição neste ano.
Corregedor-geral do legislativo, ele tentou o 9º mandato consecutivo e só conseguiu 8.010 votos. Ele estava na Casa de Leis desde 1987.
Picarelli entrou em decadência após deixar de apresentar programas de televisão. Durante 25 anos, ele comandou O Povo na TV, programa mais popular do SBT MS. Em seguida, ele migrou para as TVs Guanandi e Record MS.
Após ser ministro evangélico por 22 anos na 1ª Igreja Batista, o deputado passou a ser missionário da Igreja da Graça e, conforme informações no seu site na Assembleia, presidente do Mistério Movido para Cristo.