Preso desde 8 de maio deste na Operação Lama Asfáltica, o engenheiro e ex-deputado Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, ganha salário mensal de R$ 21,4 mil. Nesta sexta-feira, ele foi promovido por antiguidade. Outros três chefes de obra, também réus na Justiça, foram promovidos no mesmo decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
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Acusado pela Polícia Federal de integrar a suposta organização criminosa composta pelo ex-deputado federal Edson Giroto (PR), pelo dono da Proteco, João Amorim, e pelo ex-governador André Puccinelli (MDB), que desviou mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos, Mariano está preso no Centro de Triagem. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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No entanto, mesmo longe do serviço, ele continua com direito ao salário mensal de R$ 21,471, conforme o Portal da Transparência. O valor de julho inclui o salário de R$ 21.221 e gratificação eventual de R$ 250.
Agora, conforme decreto do governador de 12 de junho deste ano, Mariano foi promovido por antiguidade da classe G para H. Ou seja, terá aumento de salário.
Ele é réu em seis ações por improbidade administrativa na Justiça Estadual. Em uma é acusado de ocultar R$ 3,6 milhões em bens junto com a filha, a médica Mariane Mariano de Oliveira Dornellas, também com a prisão preventiva decretada desde maio, a esposa, Maria Helena Miranda de Oliveira, e o genro, o arquiteto João Pedro Dornellas.
A Justiça também marcou o julgamento de Beto Mariano por peculato. Ele ainda é acusado de ser o responsável pela ponte sobre o Rio Santo Antônio, em Guia Lopes da Laguna.
Não é o único investigado e réu na Operação Lama Asfáltica a ser promovido pelo Governo estadual, que apenas cumpriu a lei da categoria.Também foram promovidos os chefes de obra Maxwell Thomé Gomez (de D para E), Donizete Rodrigues da Silveira (de F para G) e Luiz Mário Mendes Leite Penteado (de F para G).
Maxwell e Donizete são réus em três ações de improbidade na Justiça estadual, enquanto Penteado responde por irregularidade na contração da Fluídra, que levou ao bloqueio de R$ 140 milhões.
O pagamento de salário para réu preso cumpre a lei, mas causa indignação porque o trabalhador comum levaria quase dois anos para receber o valor pago em apenas um mês.
Na semana passada, Mariano viu a permanência na prisão se tornar mais longa, porque o plenário do Supremo Tribunal Federal negou habeas corpus ao empresário João Amorim. Em junho de 2016, ele acabou solto após o dono da Proteco obter o benefício junto ao ministro Marco Aurélio.
A promoção funcional também está dentro da lei, mas alguns servidores públicos levam anos para conseguir o mesmo direito, apesar de serem probos e não estarem presos.
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