A guerra contra a impunidade e a corrupção terá uma semana decisiva em Mato Grosso do Sul. Além de julgamentos importantíssimos no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal de Justiça, a semana será decisiva para definir as alianças nas eleições deste ano, com o lançamento de novos candidatos a governador e a definição dos postulantes às duas vagas de senador.
A semana começou quente com a desistência do ex-governador André Puccinelli (MDB), preso desde o dia 20 deste mês na Operação Lama Asfáltica. Como parte da estratégia para facilitar a concessão do habeas corpus, o emedebista abriu mão da disputa eleitoral e lançou a senadora Simone Tebet (MDB) para disputar o Governo do Estado.
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A decisão frustrou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que profetizou a adesão do MDB à sua candidatura em março deste ano. No entanto, mesmo com a oposição dos emedebistas, o tucano vem conseguindo montar o maior arco de alianças da história da sucessão estadual.
Até o momento, ele já conseguiu o apoio do PTB, que lançará o ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad, em uma das vagas de senador; do PSB, do deputado Elizeu Dionizio; do PP, do ex-prefeito da Capital, Alcides Bernal; do PSD, do prefeito da Capital, Marquinhos Trad; e dos governistas PPS e Solidariedade.
O DEM decide se apoiará a candidatura de Reinaldo e indica o candidato a vice-governador, que deverá ser o ex-prefeito de Dourados, Murilo Zauith.
Outro mistério a ser desfeito é o destino do senador Pedro Chaves (PRB), que não encontrou espaço na pesadíssima chapa de Reinaldo, e estuda duas opções: disputar a reeleição ou tentar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Depois de homologação das candidaturas a governador de Odilon de Oliveira (PDT) e Humberto Amaducci (PT), as convenções podem definir novos postulantes, como o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche (PSC), e os já anunciados, João Alfredo (PSOL), Simone e Reinaldo.
O combate à impunidade, uma marca sul-mato-grossense, terá novo capítulo na quarta-feira, quando o Órgão Especial do Tribunal de Justiça decide se mantém ou anula a condenação do ex-prefeito Gilmar Olarte, que segue solto apesar da condenação em segunda instância a oito anos e quatro meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal começa a julgar o pedido de soltura do empresário João Amorim, preso desde 8 de maio na Operação Lama Asfáltica. O julgamento será feito pelo plenário virtual e ocorrerá até o dia 9. A concessão de habeas corpus ao dono da Proteco será estendido aos outros sete presos, inclusive o ex-deputado federal Edson Giroto.
A decisão do STF será fundamental para a pequena força-tarefa encarregada pela Operação Lama Asfáltica. Eventual manutenção de prisão preventiva poderá ajudar no surgimento de novas delações premiadas, comprometendo ainda mais o suposto esquema que já teria desviado mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos.
Paralelamente, o ex-governador André Puccinelli tentará obter habeas corpus para deixar a prisão, onde está há 10 dias. Ele nega as acusações e tem manifestado a amigos que está indignado em ficar preso em uma cela lotada com mais 23 pessoas.
A semana será decisiva para definir o futuro político do Estado, tanto nas candidaturas, como nas ações de combate à corrupção.