O Ministério Público Estadual protocolou a segunda denúncia contra o sargento da Polícia Militar, Ricardo Campos Figueiredo, 42 anos, preso por obstrução de investigação de organização criminosa. Ele foi denunciado por posse ilegal de armas de uso restrito e munições de fuzil calibre 762.
[adrotate group=”3″]
A nova ação penal agrava a situação do policial, que tinha cargo comissionado na Secretaria de Governo e era motorista do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Antes de ser preso na Operação Oiketicus, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), ele tinha salário de R$ 16 mil.
Veja mais:
STJ mantém na cadeia ex-motorista de governador de MS
Ex-motorista de Reinaldo vira réu por obstruir investigação de organização criminosa
Alvo apenas de mandados de busca e apreensão, ele acabou preso em 16 de maio deste ano após se trancar no banheiro e destruir os dois telefones celulares. A prisão acabou sendo mantida até pelo Superior Tribunal de Justiça, que negou habeas corpus feito pela banca de defesa do militar, formada por oito advogados.
O Gaeco já protocolou a denúncia por obstrução de investigação de organização criminosa, aceita pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar. Nesta ação, a promotoria cita outra, por suposto enriquecimento ilícito, que não está disponível no site do Tribunal de Justiça.
Em 15 de junho deste ano, o promotor Clóvis Amauri Smaniotto denunciou o sargento por posse ilegal de armas de uso restrito e munições de uso proibido. Como não se trata de crime militar, a ação tramita na 4ª Vara Criminal de Campo Grande.
De acordo com a denúncia, durante a Operação Oiketicus, os policiais encontraram um revólver antigo, calibre 44 e de fabricação espanhola da marca Nagão, uma pistola PT100 calibre .40 com dois carregadores sem munição e nove munições de fuzil 762. As armas são de uso restrito e as munições de uso proibido no Brasil.
Smaniotto pede a condenação de Ricardo Campos Figueiredo a pena mínima e a prestação pecuniária (pagamento de multa).
Também foi denunciado o policial militar da reserva Alli França Belchior, 48, que teria vendido a pistola .40 por R$ 3,5 mil para Ricardo. Conforme o MPE, ele obteve a arma junto a autoridade do Comando da PM, mas não obteve autorização da chefia da corporação para fazer a transação.
Em depoimento ao Gaeco, Ricardo disse que herdou o revólver calibre 44 do bisavô e não sabe da sua eficiência. Sobre a pistola, ele admitiu que pagou R$ 3,5 mil ao colega da reserva.
Sobre as munições de fuzil 762, o sargento a atribuiu ao cargo que tinha na Governadoria. Conforme o depoimento do militar, as munições eram acauteladas da Casa Militar e eram levadas nas viagens ao interior do Estado, onde esse “tipo de armamento é necessário”.
Além disso, o sargento ainda é investigado pelo Gaeco de integrar o grupo de policiais militares que davam cobertura à Máfia do Cigarro. No total, 29 policiais foram presos na operação e 28 já foram denunciados à Justiça.
O sargento não foi denunciado neste grupo.
2 Comentários
Pingback: Ex-segurança de governador é condenado pela 2ª vez, agora a três anos e seis meses de prisão – O Jacaré
Pingback: Rápida e exemplar, Justiça Militar impõe penas pesadas a policiais da Máfia do Cigarro – O Jacaré