O 2º sargento da Policia Militar, Ricardo Campos Figueiredo, 42 anos, ex-motorista do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), virou réu por obstrução de investigação de organização criminosa. Investigado na Operação Oiketekus por supostamente integrar a rede de policiais militares envolvidos com a máfia do cigarro, ele está preso desde o dia 24 de maio por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
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Com salário de R$ 16,3 mil, somando-se os salários como policial e do cargo de direção e assessoramento na Secretaria Estadual de Governo, Campos foi preso em flagrante no dia 16 de maio deste ano.
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Conforme a denúncia da promotora Tathiana Corrêa Pereira da Silva Façanha, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Corregedoria da PM chegaram 6h à casa do policial para cumprir os mandados de busca e apreensão para apreender os telefones e provas do seu suposto envolvimento com o contrabando de cigarros.
Ao ser questionado pelo promotor Fernando Martins Zaupa, ele informou que não sabia onde estavam os telefones. A esposa disse que estavam no banheiro. O militar entrou no banheiro e trancou a porta, deixando o promotor do lado de fora.
Em seguida, ele disse: “achei”. Zaupa abriu a porta do banheiro e encontrou o sargento Campos agachado com os dois telefones danificados nas mãos. A equipe constatou que os aparelhos tinham acabado de ser destruídos e anunciaram a prisão do então assessor do Governo por obstrução de investigação de organização criminosa.
Preso em flagrante na quarta-feira, a defesa do militar esperou chegar sábado para ingressar com habeas corpus no Tribunal de Justiça, que acabou deferido pelo desembargador de plantão, Paschoal Carmello Leandro. Na segunda-feira, o Gaeco recorreu e solicitou que o caso fosse analisado pelo juiz natural, no caso, o desembargador José Ale Ahmad Neto, sorteado para ser o relator da Operação Oiketikus no TJ.
O desembargador acatou os argumentos do Gaeco e decretou a prisão preventiva do 2º sargento. Motorista do governador desde a posse, ele pediu exoneração do cargo de assessor da Segov.
No dia 24 de maio, a promotora Tathiana Façanha denunciou Campos pelo crime de obstrução de investigação de organização criminosa. Na segunda-feira, o juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar, acatou a denúncia e o policial se tornou réu no caso. Conforme a Lei 12.850/2013, ele pode ser condenado a pena de três a oito anos de prisão.
O magistrado determinou ainda que seja juntado ao processo os antecedentes do sargento, como nove punições, que foram canceladas pelo Comando da PM em uma única reunião, e a denúncia por enriquecimento ilícito por não justificar a movimentação de R$ 182 mil em 2015.
Além disso, Antunes designou audiência para ouvir as testemunhas de acusação na próxima terça-feira, a partir das 14h50.
Campos recorreu contra a prisão preventiva. O MPE opinou pelo indeferimento do pedido e manutenção da sua prisão. O pedido deverá ser avaliado pelo desembargador no início da próxima semana.
A prisão do 2º sargento, que já foi promovido duas vezes por atos de bravura, é mais um desgaste para Reinaldo Azambuja em plena campanha eleitoral. Em terceiro nas pesquisas divulgadas, o governador vem se esforçando para superar o ex-governador André Puccinelli (MDB), mas vem sendo atropelado pelo noticiário policial.
A defesa do sargento Campos nega que ele tenha cometido qualquer irregularidade. Para obter sua liberdade, os advogados garantiram que ele tem endereço fixo e atividade lícita, no caso, policial militar.
O Governo divulgou nota em que destaca ter aberto sindicância para verificar a conduta do militar.
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