O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) defendeu, de forma veemente, a punição dos “maus políticos”. No entanto, investigado por suposta cobrança de propina pelo Superior Tribunal de Justiça, ele condenou a onda de “denuncismo” e a criminalização da política. Sem assumir a candidatura à reeleição, ele defendeu o legado tucano no comando do Estado.
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Na mais longa entrevista à rádio CBN concedida pelos pré-candidatos, na manhã desta quinta-feira, Reinaldo não mencionou a delação premiada da JBS, que o acusa de cobrar R$ 38,4 milhões em propinas em troca de incentivos fiscais. Ele também é investigado em suposto esquema de corrupção do fisco denunciado por outros empresários.
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Contudo, o tucano ressaltou que nunca foi condenado por improbidade administrativa. Ele disse que chegou a ser alvo de 10 inquéritos quando era prefeito de Maracaju, mas nunca foi alvo de processo.
Por um lado, o governador condenou a criminalização da política. “Não se pode condenar de forma sumária, mas é preciso separar o joio do trigo”, afirmou.
No entanto, ele defendeu a punição dos corruptos. “Existem os maus políticos que se apropriaram do País”, afirmou, sem citar nomes de quem seriam os maus políticos. “Eles devem pagar, mas não se pode generalizar”, destacou.
O tempo nas entrevistas da CBN
- André Puccinelli – 21min33
- Odilon de Oliveira – 21min09
- Reinaldo Azambuja – 52min22
Sem citar os adversários, ele criticou os dois principais concorrentes na disputa da sucessão estadual. “Existem os vendedores de sonho”, falou, sem nominar o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT). Lembrou da eleição de Alcides Bernal (PP), que teve o seu apoio em 2012. Sem mencionar o progressista, falou que teve gente que vendeu sonho e virou pesadelo na Capital.
Também criticou o ex-governador André Puccinelli (MDB), mas não o citou nominalmente nas críticas. A primeira foi o gasto desproporcional para construir o Aquário do Pantanal, que deveria custar R$ 84 milhões e já teve investimento de R$ 203 milhões (segundo o tucano), mas não foi concluído. Na sua conta, daria para construir cinco hospitais.
Reinaldo não confirmou que disputará a reeleição, mas ressaltou a importância do PSDB defender o seu legado. O governador frisou que teve responsabilidade e defendeu as polêmicas reformas do seu mandato, como a da previdência (que elevou a alíquota de contribuição dos servidores de 11% para 14%) e o congelamento dos gastos públicos por 10 anos.
Sobre o déficit nas contas públicas e o desemprego, com o fechamento de vagas por três anos consecutivos, ele responsabilizou a crise econômica brasileira. “É a maior crise desde a República”, enfatizou.
Sobre a violência, o governador foi sensato e admitiu que houve melhoras em alguns indicadores. O Jacaré já publicou que houve queda no número de roubos e homicídios, enquanto cresceu o total de estupros, furtos e sequestros.
Reinaldo não mudou o discurso sobre a segurança na fronteira, que repete desde a campanha eleitoral. Ele cobra investimento do Governo federal no combate ao crime organizado e ao tráfico de armas e de drogas.
Mesmo não admitindo ser candidato à reeleição, deu sinais claros de que tentará um novo mandato. Sobre a proposta do emedebista para integrar a chapa como candidato a senador, riu e acusou Puccinelli de “querer ganhar por W.O.”.