O ex-senador Delcídio do Amaral recebeu R$ 1 milhão em espécie e ainda teve um empréstimo de R$ 500 mil quitado pela JBS, segundo a delação premiada do empresário Ivanildo da Cunha Miranda, homologada pela Justiça Federal de Mato Grosso do Sul. O ex-petista tomou a iniciativa de conhecer os donos do frigorífico e pedir dinheiro para a campanha de governador em 2014.
Conforme o depoimento, Delcídio decidiu recorrer ao mesmo esquema do ex-governador André Puccinelli (PMDB), que teve a prisão preventiva decretada na Operação Papiros de Lama, denominação da 5ª fase da Lama Asfáltica. Ele foi solto por determinação do desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
No depoimento prestado aos delegados Cleo Mazzotti e Marcos Damato e ao procurado regional da República, Davi Marcucci Pracucho, Ivanildo conta que foi procurado pelo então senador para ser apresentado ao empresário Joesley Batista, presidente da JBS, em 2012. Como planejava ser candidato em 2014, ele estava buscando recursos para a campanha.
Eles viajaram a São Paulo e a reunião ocorreu na sede da J & F Investimentos, controladora do grupo. Joesley e Delcídio tiveram uma conversa restrita na ocasião.
Em junho, conforme Ivanildo, a empresa o procurou para entregar R$ 1 milhão em espécie. Este dinheiro foi entregue pelo delator diretamente ao ex-senador na sua casa, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande.
Em outra ocasião, o ex-senador pediu empréstimo de R$ 500 mil. Ivanildo contou que entregou o dinheiro em seu escritório, na Rua Sergipe, para a secretária do ex-petista, identificada como Ana Amélia.
De acordo com a delação premiada, esta dívida acabou sendo paga pela JBS.
Ivanildo Miranda citou Delcídio porque ele não possui foro privilegiado, como o ex-governador.
Apesar de ter sido o operador financeiro da campanha de Reinaldo Azambuja (PSDB) em 2014, ele não revelou nada a respeito sobre o suposto envolvimento do governador com o esquema de corrupção da JBS.
Aliás, na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal, a empresa acusa o pagamento de R$ 38,4 milhões em propinas ao tucano.
Delcídio teria explicado lista à Justiça há quatro meses, segundo advogados
O ex-senador Delcídio do Amaral já teria esclarecido as suspeitas envolvendo o seu nome com o suposto esquema da JBS há cerca de quatro meses. Conforme os advogados de defesa, ele fez os esclarecimentos ao Ministério Público Federal.
O ex-senador assinou termo de colaboração premiada, que foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal.
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