O advogado Marcelo Monteiro Salomão não tem motivos para reclamar da sogra. Ele nunca deixou de ser amparado pela secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta. Além de sempre lhe assegurar vaga entre os comissionados da administração de Reinaldo Azambuja (PSDB), ela lhe garantiu até salário de R$ 15,2 mil, apesar dele se dedicar integralmente ao cargo de secretário municipal de Educação de Campo Grande na gestão de Gilmar Olarte.
Marcelo Salomão, atual superintendente do Procon, é mais um caso de nepotismo na Secretaria Estadual de Educação. Ele é casado com Viviane Amendola da Motta, filha de Maria Cecília e funcionária nomeada no Tribunal de Contas do Estado. Há suspeita de nepotismo cruzado, mas isso é outra história.
O advogado tinha o cargo de assessor na Secretaria de Educação, com salário de R$ 14.413,43 desde fevereiro de 2015. Exercia a função de ordenador de despesa, ou seja, era o responsável pelos gastos da secretaria comandada pela sogra.
Professor de uma universidade particular, ele ganhou notoriedade em 13 de julho de 2015, quando assumiu o comando da Secretaria Municipal de Educação, na gestão de Olarte. Marcelo permaneceu no cargo até 25 de agosto, quando o chefe foi afastado pela Justiça.
De acordo com o Portal da Transparência do Governo Estadual, apesar de ter se dedicado por 17 dias em julho e outros 25 em agosto ao cargo de secretário municipal, Salomão continuou com o vínculo com a pasta chefiada por Maria Cecília.
Em julho, ele recebeu salário de R$ 10.413,43. Em agosto, que hipoteticamente poderia ter trabalhado cinco dias – vamos contabilizar o feriado de 26 de agosto – ele recebeu R$ 15.260,09.
Bastou ser exonerado do cargo por Alcides Bernal (PP), que reassumiu no dia 27 de agosto de 2015, ele voltou ao cargo na Secretaria Estadual de Educação.
De setembro de 2015 a outubro do ano passado, ele foi funcionário de Maria Cecília. Segundo o portal, em agosto de 2016, Marcelo foi “premiado” com uma bonificação extra, que elevou o vencimento para R$ 24.735,75, mesmo valor pago ao secretário estadual.
Para acabar com as suspeitas de nepotismo, em novembro, o governador Reinaldo Azambuja remanejou o genro da secretária para a Casa Civil, na época, chefiada pelo poderosíssimo Sérgio de Paula, que caiu em desgraça após boatos.
Em março deste ano, Marcelo Salomão foi promovido e assumiu o comando do Procon.
Ele não é o único caso de nepotismo na Secretaria de Educação. Ontem, O Jacaré divulgou quatro casos, como emprego de casais, filha e até cunhada.
Em nota, o Governo negou a prática do nepotismo.
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