A lista bomba com 1890 políticos, citados na delação premiada da JBS, inclui o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), o prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro (PSDB), o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, e mais 11 deputados estaduais.
Autor: Edivaldo Bitencourt
A farra com o dinheiro público na saúde pública pode acabar em breve. O promotor Marcos Alex Vera, que ganhou fama como “xerife” do MPE (Ministério Público Estadual), está investigando o secretário municipal de Saúde, Marcelo Luiz Brandão Vilela, que acumula dois empregos e ainda foi recebeu R$ 22,6 mil por manter “cargo fantasma” no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian.
Acuado pela denúncia de que recebeu R$ 38 milhões em propinas do grupo JBS, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) falou pelo terceiro dia e até chorou duas vezes nesta segunda-feira. No entanto, ele não conseguiu aplacar os ataques e até o PT, que não vinha dando trabalho para a gestão tucana, decidiu agir e vai propor a criação de Comissão Processante contra o tucano.
Dois dias após a divulgação da explosiva delação da empresa JBS, que revelou pagamento de propina em espécie e por meio de notas falsas, o diretor do Frigorífico Buriti, Eduardo Chramosta, 37 anos, morre em trágico e misterioso acidente na BR-262, em Terenos. A informação extra oficial é de que ele morreu em decorrência de asfixia mecânica e sem fraturas pelo corpo.
Após vários recursos e ações para protelar a realização da audiência de instrução, o advogado Renê Siufi, um dos maiores criminalistas de Mato Grosso do Sul, deu a última cartada e deve adiar o julgamento histórico do ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antunes Olarte. Inicialmente, ele e dois assessores sentarão no banco dos réus nesta quarta-feira, 24 de maio.
Com a omissão da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul) e do PT, único partido de oposição, o primeiro pedido de impeachment do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi protocolado, há pouco, pelo vereador Vinícius Siqueira, do DEM, e aliado do tucano. O pedido para cassar o mandato é feito com base na delação premiada da JBS, homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Assim como parte da sociedade sul-mato-grossense, o democrata também considerou gravíssima as denúncias de que Reinaldo concedeu incentivos mediante o pagamento de R$ 38…
Alvo de investigações realizadas pela Polícia Federal, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e pelo Ministério Público e com todos os bens bloqueados, o ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal Edson Giroto vendeu a mansão de luxo no Residencial Damha.
O secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, confirmou a venda de gado para o grupo JBS em dezembro do ano passado. No entanto, em comunicado à imprensa, ele nega que vendeu “vaca de papel” para legalizar o pagamento de propina ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
O deputado estadual Zé Teixeira (DEM), no sexto mandato, é citado na delação premiada dos executivos da JBS. Conforme a denúncia, ele é um dos produtores rurais que emitiram notas falsas para “legalizar” o pagamento de propina ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que totalizaram R$ 15,4 milhões. Conforme a delação de Ricardo Saud e dos irmãos Joesley e Wesley Batista, o pecuarista José Roberto Teixeira emitiu duas notas fiscais frias para garantir o pagamento de R$ 1,692 milhão em propina.
Presente em todas as delações, o ex-senador Delcídio do Amaral não poderia ficar fora da bombástica feita pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, os donos da JBS. Conforme o depoimento do executivo Ricado Saud, ele recebeu R$ 500 mil por mês. No entanto, ao contrário do cidadão comum, que ganha R$ 937 de salário por mês, o ele classificava essa super mesada de “mensalinho”.