Na reta final da eleição, os três candidatos que despontam nas pesquisas eleitorais – Rose Modesto (União Brasil), Beto Pereira (PSDB) e a prefeita Adriane Lopes (PP) – não perderam a oportunidade de se engalfinharem no debate do jornal eletrônico Midiamax.
Sem agressão física ou altercações como os debates da eleição de São Paulo, predominaram as “cadeiradas verbais”. Como a de Rose ao comentar o marketing dos concorrentes. “É botina para um lado. Uma marreta que tinha que ser picareta”, disse a candidata do União Brasil. Numa crítica a Adriane Lopes (que usa bota na campanha) e Beto Pereira (que exibe uma marreta no horário eleitoral).
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No confronto Adriane e Rose, a prefeita criticou o desempenho de Rose na Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), que classificou como “modesto”, num trocadilho com o sobrenome da candidata.
Adriane também criticou que Rose tenha assumido a Sudeco na gestão de Lula. Candidata à reeleição, Adriane tentou ser a “ungida” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acabou apoiando Beto Pereira, e busca o voto da direita, considerando o peso do chamado eleitor conservador em Campo Grande.
No duelo Rose e Beto Pereira, ela exigiu que ele explicasse para o eleitor que é um político ficha suja, com contas reprovadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
O candidato do PSDB rebateu que a reprovação da Corte Fiscal foi resultado da ação de uma quadrilha. “Lobista de Brasília, sites picaretas, presidente do TCE que é ex-presidiário e muito interessado em uma candidatura”. Ubirajara Martins (Democracia Cristã) fez coro a Rose, de que Beto teve as contas reprovadas e, inclusive, seu partido impugnou a candidatura do tucano.
Os padrinhos políticos também foram bastante destacados pelos candidatos a prefeito. Logo na primeira pergunta, Beto Figueiró (Novo), que é do espectro da Direita, questionou Beto Pereira sobre o apoio de Bolsonaro. Curiosamente, diante da briga para se ter o ex-presidente como cabo eleitoral, Beto Pereira preferiu falar de saneamento de contas na cidade e mudanças estruturais.
Beto Pereira ainda foi questionado se os padrinhos Eduardo Riedel (governador de MS) e Reinaldo Azambuja (ex-governador), ambos do PSDB, vão ter ingerência na Prefeitura de Campo Grande.
Já Camila Jara, que é apoiada por Lula, criticou que Adriane Lopes foi a eventos à procura de Bolsonaro e deixou de lado a gestão da Capital. Luso de Queiroz (Psol) classificou Reinaldo Azambuja como “Napoleão Bonaparte”.
Sobre as demandas da cidade, não faltaram promessas para afastar centenas de quilômetros de asfalto, botar ponto final no tapa-buraco, zerar a fila de espera de oito mil crianças na educação infantil, melhorar o transporte coletivo e revolucionar a rede pública de saúde. As plataformas eleitorais vêm se repetindo ao longo da década, indicativo de que Campo Grande segue presa a sérios problemas de mobilidade, atendimento médico e obras paradas.