Os candidatos a prefeito preferidos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), respectivamente, o ex-deputado estadual Rafael Tavares (PL) e a deputada federal Camila Jara (PT), são os mais desconhecidos do eleitor da Capital, segundo pesquisa do Instituto Ranking Brasil Inteligência. O mais conhecido é André Puccinelli (MDB), mas o ex-governador esbarra no alto índice de rejeição para deslanchar.
Por outro lado, a superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil) é a 2ª mais conhecida, mas ainda tem potencial de crescimento por ter uma das menores taxas de rejeição. A prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP), é conhecida por metade do eleitorado, apesar de estar no cargo há dois anos. Candidato do PSDB, o deputado federal Beto Pereira tem a 3ª maior taxa de desconhecimento.
Veja mais:
André segue imbatível em rejeição e deixa polarização entre PT e PL em segundo plano
Líder, Rose é a que mais cresce, mas Adriane segue colada; André cai, segundo Ranking Brasil
Escolhido como candidato a prefeito pelo PT, Tiago Botelho defende Tetila como vice-prefeito
A pesquisa do Instituto Ranking Brasil ouviu 2 mil eleitores entre os dias 3 e 7 de abril deste ano. A margem de erro é de 2,2% para mais ou menos. O intervalo de confiança é de 95%. O número do registro na Justiça Eleitoral é MS-05481/2024.
Conforme o levantamento, 75% dos eleitores dizem conhecer André. Apesar de ser o mais conhecido, o emedebista vem caindo nas pesquisas e pontua com 16%, em 3º lugar. Ele é o campeão em rejeição, com 27%. Apesar de ter sido prefeito da Capital e governador do Estado por dois mandados, 5% dos eleitores dizem não saber quem é Puccinelli e outros 16% o conhecem muito pouco.
Para o cientista político Tony Ueno, responsável pela pesquisa, o grande obstáculo para André é o alto índice de rejeição. O político sofreu desgaste com as sete fases da Operação Lama Asfáltica, deflagradas pela Polícia Federal para investigar desvios milionários na sua administração de 2007 a 2014.
Rose é conhecida de 70% dos eleitores da Capital. Apenas 7% dizem não conhecer a ex-deputada federal, que lidera todos os cenários, com percentuais entre 24% e 34%. Apenas 7% dizem não saber quem é a ex-tucana. Para Ueno, o índice reflete a participação de Rose nas eleições de 2008, como candidata a vereadora da Capital, vice-governadora, prefeita e governadora.
Para o cientista político, a chefe da Sudeco conta a seu favor o bom trânsito em todos os públicos e eleitores de diferentes ideologias. Os levantamentos apontam que ela é a principal herdeira dos votos caso Lucas de Lima (PDT) e André Puccinelli desistam da disputa neste ano. A ex-deputada é a principal cotada a ser a bola da vez e o nome a ser batido na atual campanha eleitoral.
A prefeita da Capital é conhecida por 55% dos eleitores. Por outro lado, 20% não a conhecem, enquanto 21% já ouviram falar no noticiário ou nas redes sociais. Adriane conseguiu aumentar as intenções de votos com a taxa de conhecimento.
De acordo com Tony Ueno, ela vem se consolidando como a candidata de direita graças ao empenho da senadora Tereza Cristina (PP) em dividir os bolsonaristas. A ex-ministra da Agricultura passou a ter mais influência na Capital do que o próprio Bolsonaro, que declarou apoio a Rafael Tavares, mas o deputado cassado segue em torno de 1% na pesquisa.
Tavares é desconhecido de 87% do eleitorado. Apenas 3% conhecem o candidato bolsonarista, o que pode explicar o baixíssimo índice na pesquisa. No entanto, Ueno aposta que ele não decola, apesar do apoio explícito de Bolsonaro. O cientista prevê que o ex-deputado vai ter dificuldade para conquistar, principalmente, os evangélicos, divididos entre Rose e Adriane Lopes.
A candidata de Lula tem o 2º maior índice de desconhecimento. De acordo com o Ranking, 70% dos eleitores nunca ouviram falar de Camila Jara. Apenas 10% garantem conhecer a petista, que conseguiu pontuar entre 3,20% e 5,80% na pesquisa.
Ueno alerta que a deputada federal pode ter dificuldade para convencer o eleitor de que tem maturidade e grupo político para assumir o comando da Capital. O maior desafio será superar a imagem de criança e jovem demais. Contudo, ele pondera que eventual recuperação da popularidade por Lula poderá impulsionar a candidatura de Camila.
As eleições vão ocorrer no primeiro domingo de outubro e a estratégia de marketing será decisivo para definir o sucesso ou fracasso do candidato nas urnas. Lula é um exemplo clássico. O petista perdeu três eleições presidenciais e acabou vencendo ao se apresentar como mais light e por contar com uma equipe competente para comandar os rumos do País.