Um terço dos eleitores de Campo Grande se identifica como bolsonaristas, enquanto apenas um em cada dez se classifica como lulistas. O levantamento mostra a força do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, mas poderá ser decisivo na eleição de vereadores e em um eventual segundo turno.
De acordo com o IPR (Instituto de Pesquisas Resultado), 31,84% dos campo-grandenses estão alinhados com Bolsonaro, enquanto 11,19% com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por outro lado, a maioria, 56,47%, está neutra na polarização política e não se identifica com nenhum dos dois grupos.
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“Quase três vezes mais do que aqueles autodeclarados petistas ou lulistas, que alcançou porcentual de 11,19%, ou seja, Campo Grande é uma cidade alinhada mais com discurso conservador. Então, os candidatos têm de prestar atenção nesse sentido”, alertou o diretor e coordenador do IPR, Aruaque Fressato Barbosa.
Divulgada pelo jornal Correio do Estado, a pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 18 de dezembro, em Campo Grande, e teve uma amostra de 402 entrevistas. A margem de erro é de 4,9 pontos porcentuais, para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%.
Os números revelam porque Bolsonaro vem sendo cortejado pela prefeita Adriane Lopes (PP). Ela se filiou ao partido da senadora Tereza Cristina, mantém contato com os filhos do ex-presidente e ainda nomeou o tenente Portela, um dos melhores amigos de Bolsonaro, para cargo na prefeitura.
Nos últimos meses, Bolsonaro manifestou apoio ao ex-deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar (PRTB), para disputar a prefeitura da Capital. Ele também já tinha sinalizado que poderia apoiar a reeleição de Adriane e lançar o ex-candidato a governador no ano passado para puxar votos para a Câmara de Vereadores.
“Quem adotar um discurso mais alinhado à direita, porém sem extremismo, terá mais simpatia dos bolsonaristas, que são maioria entre aqueles com alguma identificação partidária. Além disso, terá chance de conseguir também captar o voto de quem não tem identificação política, partidária ou ideológica. Como mais do que o dobro da população da Capital é bolsonarista, em relação aos petistas, isso deve ser levado em conta”, avalia Barbosa.
O levantamento mostra que Bolsonaro tem mais chances do que Lula de emplacar um aliado no segundo turno. Por outro lado, para ganhar a eleição, o candidato bolsonarista ou lulista vai precisar ampliar o leque para conquistar os eleitores que não se identificam com nenhum dos dois grupos.