O capitão da reserva da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Paulo Roberto Teixeira Xavier perdeu o posto e a patente conforme decreto publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (21). A medida é resultado de decisão judicial em ação sobre a prisão do militar que ocorreu em 2015.
Paulo Xavier, o PX, é pai do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, assassinado aos 20 anos, em crime encomendado pelo empresário Jamil Name Filho, 46 anos. Jamilzinho, o ex-guarda municipal Marcelos Rios, 46, e o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, 63, foram condenados pelo tribunal do júri por envolvimento no homicídio, na última quarta-feira (19).
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Matheus foi morto por engano, pois o verdadeiro alvo do atentado era PX, que havia trabalhado para a família Name, mas trocou o serviço por um desafeto do clã e foi considerado “traidor”.
Paulo Xavier também teve seus problemas com a Justiça. Em agosto de 2015, foi preso por porte ilegal de arma de foto e adulteração de identificação veicular, em Bom Jardim, no Maranhão. Este fato resultou em ação judicial em 2017, que culminou em sua condenação e perda do posto na Polícia Militar, publicado pela primeira vez em 2020.
Nesta sexta-feira, foi confirmada a punição através de decreto assinado pelo governador Eduardo Riedel (PSDB).
“Patente é para assumir cargo ou direção de unidades operacionais. Eu já estou aposentado desde 2017. Não muda nada na minha vida”, diz Paulo Xavier. “E isso se refere a perseguição que sofro da família Name e Domingos desde 2009”.
“Como o próprio Jamilzinho falou. Pessoas muito importantes do Estado eram da casa. Governador, deputados, delegados, juiz federal, policiais federais. Então fica fácil atacar um funcionário público. Como disse, venho sofrendo estas perseguições desde 2009”, completa PX.
Apesar da punição, Paulo Xavier continuará recebendo os proventos decorrentes de sua passagem para a reforma, também por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Pelo assassinato brutal de Matheus, Jamil Name Filho e Marcelo Rios foram condenados a 23 anos e seis meses de prisão, enquanto Vladenilson Daniel Olmedo, a 21 anos e seis meses. Todos em regime fechado. Os dois primeiros estão detidos no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.