O empenho de R$ 3,3 milhões em emendas individuais para o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) não mudou sua posição em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O voto contra o novo arcabouço fiscal mostra que o bolsonarista vai seguir em ferrenha oposição ao Palácio do Planalto.
O conjunto de regras para limitar os gastos do Governo federal é o principal projeto do Ministério da Fazenda, considerado fundamental para a retomada do crescimento econômico e queda na taxa de juros. No entanto, a bancada bolsonarista sul-mato-grossense se mantém firme contra qualquer proposta de Lula.
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Isso não afetou Luiz Ovando, pois é o parlamentar de Mato Grosso do Sul com mais recursos empenhados pelo governo até este mês de maio. No entanto, as emendas liberadas até agora são referentes a anos anteriores e este cenário pode mudar. Por isso, Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL, ainda não foram contemplados.
Conforme o portal Siga Brasil, Ovando tem garantido R$ 3,3 milhões em emendas individuais; seguido por Dagoberto Nogueira (PSDB), com R$ 2,6 milhões; Vander Loubet (PT), com R$ 2,1 milhões; e as senadoras Soraya Thronicke (União), com R$ 1,6 milhão, e Tereza Cristina (PP), com R$ 1,5 milhão. O senador Nelsinho Trad (PSD) vai receber R$ 300 mil. O deputado Beto Pereira (PSDB) ainda não teve emendas empenhadas neste ano.
“Votei contra o Arcabouço Fiscal simplesmente porque contraria princípios econômicos de receita e despesa e não contempla cortes nas despesas do governo, o qual é irresponsável e esbanjador, com 37 ministérios sem praticidade”, justifica Ovando.
O deputado diz ainda que o governo não apresenta “projetos convincentes” para o crescimento do país e trabalha contra o agronegócio. Além disso, afirma que o arcabouço não responsabiliza os gestores e caracteriza-se por acomodar os interesses de alguns em relação ao Executivo.
“Optei pela coerência, mesmo que muitas vezes não seja compreendido. Na vida, é importante ter posicionamento e agir de forma transparente e coerente”, finaliza Ovando.
Além da oposição, Lula ainda é alvo de ‘fogo amigo’. Coordenador da bancada federal, Vander Loubet (PT), assinou uma carta, junto com 23 deputados petistas, com críticas à proposta, por limitar o crescimento dos gastos públicos, mas votou a favor do projeto do ministro Fernando Haddad.
Também foram favoráveis os deputados Camila Jara (PT), Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, do PSDB. No total, o projeto foi aprovado com folga, com 372 votos a favor e 108 contrários. A aprovação dependia de maioria simples, 257 parlamentares. Agora, o arcabouço segue para votação no Senado.