O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo puniu com “censura pública em publicação oficial” o ginecologista Salvador Walter Lopes de Arruda, 69 anos. Ele é ex-diretor-geral do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul e foi acusado de importunar sexualmente pacientes em 2020.
A censura ao médico foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (1º), a pedido do Conselho Regional de Medicina de MS. De acordo com o documento, Salvador Arruda passou por processo disciplinar e foi condenado por infringir quatro artigos do Código de Ética Médica.
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“Tendo em vista o acórdão exarado nos autos do Processo Ético-Profissional CRM/MS nº 11/2018, julgado pelo Pleno do Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso do Sul, torna pública a aplicação da penalidade de CENSURA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃO OFICIAL, prevista na alínea “c” do Art. 22 da mencionada Lei, por infração aos artigos 1º, 8º, 36 e 87 do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 1.931/09), correspondentes aos artigos 1º, 8º, 36 e 87 do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 2.217/18) ao DR. SALVADOR WALTER LOPES DE ARRUDA, inscrito no CRM/MS 1.217 e neste Conselho sob o nº 234.612”, diz trecho da publicação.
O aviso de penalidade é assinado pelo conselheiro corregedor Rodrigo Lancelote Alberto e a presidente Irene Abramovich, ambos do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Um dos artigos infringidos pelo ginecologista trata de “causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência”.
O Dr. Salvador Arruda, como é conhecido, vai a julgamento por importunação sexual no dia 31 deste mês de março. A juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, marcou a audiência de instrução e julgamento para a partir das 14h. O médico perdeu o direito à suspensão condicional do processo porque responde a outras ações na 1ª, na 4ª e na 6ª Vara Criminal de Campo Grande.
Em setembro de 2020, uma professora universitária sofreu importunação sexual ao procurar o consultório de Arruda. “‘O médico ainda perguntou o que a paciente gostava na cama’, ‘se gostava de ser chupada gostoso’, ‘que precisava conhecer a pessoa certa, porque às vezes a mulher não tem lubrificação e machuca’, ‘você tem cara de que gosta de foder’, ‘posso apostar que você está molhada agora’”, relatou a vítima à Polícia Civil.
O médico negou o conteúdo da conversa. Indagado sobre as afirmações, disse não se lembrar de ter tido as palavras citadas. No entanto, em depoimento à delegada, ele ficou em silêncio.
Há oito anos, Salvador Arruda foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por importunação sexual, mas acabou absolvido em 2015. O caso foi encerrado porque a denunciante não compareceu às audiências.