Cerca de 4 mil pessoas participam por dia, em média segundo a organização, do protesto em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande. Apesar da ameaça feita pelas forças de segurança, a manifestação persiste e, ao completar 23 dias nesta quarta-feira, ganha um novo gás com a ação do PL, partido de Bolsonaro, para anular os votos de cerca de 280 mil urnas eletrônicas.
Inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro (PL), os manifestantes clamam por golpe militar para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles bradam e rezam para que o petista não seja diplomado nem empossado no comando do País a partir de 1º de janeiro.
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O grupo reúne empresários, autônomos, caminhoneiros, produtores rurais e aposentados, que se revezam, vestindo verde e amarelo e portando a bandeira do Brasil, no protesto diário. Em determinados momentos, gritam por socorro para o comandante militar do Oeste, general Anísio David.
De acordo com um dos coordenadores do EnDireitaMS, Danilo Assis, o movimento é intenso durante todo o dia, mas a maior concentração de pessoas ocorre à noite. Ele calcula que 4 mil pessoas passem pelo local diariamente.
A manifestação persistiu mesmo após a Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana e a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) terem feito ofensiva contra o estacionamento irregular dos veículos, como nos canteiros. Vizinhos também foram reclamar do barulho e do transtorno na Câmara Municipal.
Na segunda-feira, deputados e vereadores do PT foram cobrar providências da Polícia Federal contra os manifestantes. Eles querem a retirada do grupo porque consideram os atos antidemocráticos. O Jacaré tentou falar com os participantes da reunião, mas não houve retorno dos deputados Pedro Kemp (PT) e Dagoberto Nogueira (PSDB). O ex-governador Zeca do PT informou que não participou em decorrência da realização de cirurgia.
Agora, o grupo teve um fato concreto para manter a manifestação pela anulação da eleição. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, pediu ao TSE a anulação dos votos de 279 mil urnas.
“Vai sim, porque agora tanto a imprensa quanto a oposição não podem tratar as manifestações como ‘golpistas’, primeiro porque são constitucionais, pacíficas e ordeiras e segundo porque temos uma ação em curso, um questionamento judicial ao TSE”, afirmou Assis.
“Cabe aos técnicos analisarem o pedido. Então os Manifestantes estão amparados”, destacou o advogado.
Nesta terça-feira, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que o PL complemente o pedido e apresente também a auditoria nas urnas no primeiro turno. Como elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 99 eleitos, o partido vai se arriscar a anular o resultado do primeiro turno também?