O ex-prefeito de Maracaju, Maurílio Ferreira Azambuja, o Dr. Maurílio (MDB), admitiu, em depoimento à Polícia Civil, que abriu a conta de fachada, usada para desviar RR$ 23 milhões da prefeitura. No entanto, ele nega que sabia das falcatruas. Em decorrência da suspeita do envolvimento no esquema criminoso, a Justiça decretou a prisão preventiva do emedebista, mas permitiu que ele fique em casa mediante monitoramento eletrônico em decorrência da idade e problemas de saúde.
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Dr. Maurílio foi alvo da Operação Dark Money na quarta-feira (22), deflagrada pelo DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado) contra os acusados pelo desvio. O emedebista não foi localizado e acabou se entregando na sexta-feira, após ficar foragido por três dias.
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Na manhã de ontem, ele prestou depoimento aos delegados do DRACCO. O ex-prefeito confirmou que abriu a conta de fachada, mas ressaltou que “não sabia das ilicitudes”. Dr. Maurílio responsabilizou o ex-secretário municipal de Fazenda, Lenilso Carvalho Antunes, que foi seu candidato a prefeito nas eleições do ano passado, a ex-diretora do Departamento de Tesouraria, Iasmin Cristaldo Cardoso, o ex-secretário de Planejamento, pelas irregularidades.
A alegação de Dr. Maurílio é que os assessores tinham autonomia para movimentar a conta. Ele disse que o objetivo era facilitar os pagamentos de até R$ 100 mil. O emedebista inclusive admitiu que assinou alguns dos 600 cheques usados para desviar a fortuna dos cofres municipais. “Assinei alguns cheques, mas só conferia os valores, confiava nos secretários”, teria dito.
O DRACCO pediu a prisão preventiva do Dr. Maurílio. O juiz da 2ª Vara Cível e Criminal de Maracaju, Marco Antônio Montagnana Morais, acatou o pedido, mas converteu em prisão domiciliar. No entanto, o emedebista vai colocar tornozeleira eletrônica, permanecer em casa e só sair para consultas médicas e exames mediante autorização prévia da Justiça. Dr. Maurílio só poderá manter contanto com a família e o advogado Rodrigo Dalpiaz.
Também tiveram a prisão preventiva decretada pelo desvio de R$ 23 milhões Lenilso Carvalho, a ex-secretária municipal de Administração, Daiana Cristina Kuhn, o empresário Pedro Everson Amaral Pinto, e o técnico de edificações, Edemilson Alves Fernandes.
Os policiais mantêm a investigação em busca de novos envolvidos no esquema milionário de desvio de dinheiro público em Maracaju. Somente após a conclusão do inquérito policial, o caso será encaminhado ao Ministério Público Estadual para eventual denúncia à Justiça.
Dr. Maurílio não tem nenhuma ação de improbidade administrativa protocolada pelo MPE em Maracaju, conforme consulta ao site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Sobre a acusação, o advogado Rodrigo Dalpiaz afirmou que não fará declarações e só deverá se manifestar após a ação penal ser protocolada na Justiça.