Bandidos voltaram a demonstrar ousadia na madrugada desta segunda-feira (6) em Mato Grosso do Sul. Dezoito homens fortemente armados invadiram o Aeroclube de Aquidauana, a 130 quilômetros da Capital, fizeram três reféns e roubaram três aeronaves, sendo do músico Almir Sater, do ex-prefeito José Henrique Trindade e do pecuarista Zelito Alves Ribeiro, irmão do prefeito da cidade, Odilon Alves Ribeiro (PSDB).
[adrotate group=”3″]
Não é a primeira vez que organizações criminosas mostram ousadia para roubar aviões no Estado. Há 17 anos, quadrilhas roubaram sete aviões na Capital e em Corumbá. Há dois anos, o PCC (Primeiro Comando da Capital) tentou roubar quatro aeronaves em Paranaíba, mas o assalto fracassou e conseguiram levar apenas uma.
Veja mais:
Vítimas “somem” e MPE aciona PF para ouvi-las sobre roubo de propina paga a Polaco
O roubo das aeronaves em Aquidauana ocorre uma semana após o ousado roubo a bancos em Araçatuba, no interior de São Paulo, e mostra a ousadia dos criminosos. O caso mobiliza o DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e o Crime Organizado), a Polícia Civil e outras forças de segurança.
De acordo com o site O Pantaneiro, 18 homens trajando preto, vestidos de balaclavas (gorros escuros) e armados chegaram ao aeroclube na madrugada e renderam o caseiro e os dois filhos. Eles teriam empurrado as aeronaves e obrigaram as vítimas a abastecê-las.
Os modelos e matrículas dos aviões são Bonanza V35B PT-ING, Cessna 182 PT-DST e Cessna 182 PT-KDI. A delegada Ana Cláudia Medina, titular do DRACCO, afirmou ao Midiamax que pediu ajuda da FAB (Força Aérea Brasileira) para saber se houve monitoramento dos voos das três aeronaves.
Pelo menos oficialmente, o espaço aéreo de Mato Grosso do Sul não conta com ponto cego e é todo fiscalizado pela Força Aérea. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inaugurou dois radares, em Corumbá e Ponta Porã, que teriam a finalidade de ajudar a fiscalizar o espaço aéreo na fronteira com o Paraguai e a Bolívia e a ajudar a combater o crime organizado.
Como os assaltantes falavam espanhol, conforme relato das vítimas, a polícia suspeita que os criminosos podem ser paraguaios ou bolivianos.
Não é a primeira vez que bandidos invadem aeroporto e levam aviões em MS. No dia 10 de novembro de 2003, uma quadrilha invadiu o hangar da Visa Táxi Aéreo em Corumbá, onde levaram duas aeronaves.
No dia 2 de janeiro de 2004, um grupo invadiu o aeródromo Aero Xing, em Campo Grande, na saída para Três Lagoas, e roubaram duas aeronaves. O assalto durou sete horas na época.
No dia 11 de janeiro de 2004, uma quadrilha invadiu o aeródromo em Corumbá e roubaram três aviões. Os bandidos mataram o sócio da Táxi Aéreo Ocorema, Luís Fernandes de Carvalho, 39 anos. Uma aeronave era avaliada em US$ 120 mil (R$ 620 mil) e duas de US$ 60 mil (R$ 310 mil).
O último roubo de avião ocorreu em 18 de junho em 2019. Um piloto teria sido sequestrado durante o roubo. A Polícia Civil descobriu que este assalto foi planejado pela organização criminosa PCC e o plano era roubar quatro aeronaves.