Cerca de 150 pessoas, entre familiares, amigos e autoridades, como o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), participaram do velório e sepultamento do empresário Jamil Name. Acusado na Operação Omertà de chefiar a maior e mais estruturada organização criminosa de Mato Grosso do Sul, ele contraiu covid-19 no Presídio Federal de Mossoró, onde estava preso desde outubro de 2019, e morreu aos 82 anos em decorrência de complicações da doença.
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O vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Jerson Domingos, que é cunhado de Jamil, o deputado estadual Jamilson Name (sem partido), filho, os vereadores William Maksoud (PTB) e Ademir Santana (PSDB), compareceram ao velório realizado na tarde de hoje no Cemitério Santo Antônio, o mais antigo e tradicional de Campo Grande.
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Preso e condenado duas vezes na Operação Lama Asfáltica, beneficiado com a prisão domiciliar por causa da covid-19 em março do ano passado, o ex-deputado federal e ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, também compareceu, conforme registro do Campo Grande News.
Ao Correio do Estado, o socialista justificou a homenagem ao empresário, réu por três execuções e que chegou a ter seis mandados de prisão preventiva. “Vim em respeito, não cabe a nós julgar, isso cabe a Deus e jamais vou esquecer de quem já me estendeu a mão”, afirmou Carlão, um dos poucos políticos que não abandonou Name após as acusações feitas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado).
Irmão da viúva, a ex-vereadora Tereza Domingos Name, Jerson Domingos limitou-se a lamentar as acusações feitas na Omertà. “É um momento desagradável para falar com a imprensa após tanta injustiça”, afirmou o conselheiro, que também chegou a ser preso na Operação Armagedon, denominação da 3ª fase, e acabou solto em menos de 24 horas por determinação do Tribunal de Justiça.
Reni Domingos Santos, esposa do ex-senador e atual secretário estadual de Relações Institucionais e Assuntos Estratégicos, Pedro Chaves, também compareceu ao velório e sepultamento, mas sem a presença do marido.
Jamil Name morreu às 17h30 de domingo no Hospital Wilson Rosado, em Mossoró. Ele teve resultado positivo para covid-19 no dia 31 de maio deste ano e foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Como o seu estado se agravou, houve necessidade de encaminhamento para hospital.
A família assumiu as despesas e ele acabou internado em hospital particular de Mossoró. No dia 2 de junho, o empresário foi intubado após o estado de saúde se agravar. Name reagiu e conseguiu retomar a respiração sem a ajuda da ventilação mecânica. No entanto, o estado se agravou novamente e ele acabou falecendo em decorrência das complicações da covid-19, que levou a infecção generalizada e falência dos órgãos.
Em maio, quando falou com os peritos nomeados pela Justiça para avaliar a sua sanidade mental, Jamil Name afirmou que era contra a estratégia de declará-lo louco para deixar o presídio. Ele pretendia provar na Justiça que era inocente das acusações de chefiar milícia privada, comandar o grupo de extermínio, obstrução de investigação, coagir testemunhas e tentar comprar autoridades para obter a liberdade.
Jamil Name Filho, 43 anos, tentou obter a liberdade para acompanhar o sepultamento do pai, mas a Justiça Federal só lhe autorizou a acompanhar o velório por videoconferência. Ele também é acusado de chefiar a organização criminosa e comandar as três execuções: Matheus Coutinho Xavier, Ilson Martins Figueiredo e Marcel Hernandes Colombo.