O deputado federal Loester Trutis (PSL) sofreu nova derrota no Supremo Tribunal Federal ao ter pedido de habeas corpus negado pelo ministro Dias Toffoli. No esforço para se livrar do inquérito 4.857, em que é investigador por falsa comunicação de crime e simular um atentado contra si, o parlamentar voltou a bombardear o trabalho da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul.
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Eleito na onda de Jair Bolsonaro (sem partido) e com rasgados elogios aos policiais federais por combaterem a corrupção praticada pelos políticos tradicionais, principalmente o PT, Trutis mudou de opinião sobre a eficiência da corporação. Em agravo regimental, protocolado ontem (8), ele insiste em desqualificar a investigação.
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Conforme despacho de Dias Toffoli, publicado nesta segunda-feira (8), não cabe habeas corpus para trancar inquérito aberto por decisão monocrática de ministro do STF. Com ressalva, de que discorda do entendimento da maioria, o magistrado negou o pedido do deputado federal para submeter a análise do HC ao tribunal pleno ou à turma.
“Ante o exposto, nos termos do art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego seguimento ao presente habeas corpus, ficando, por consequência, prejudicado o pedido de liminar”, pontuou o ministro.
O inquérito da PF aumenta a fama de Trutis em criar polêmicas. Em fevereiro do ano passado, ele denunciou que foi alvo de atentado a bala na BR-060. Na versão do parlamentar, ele só saiu vivo porque reagiu aos tiros e uma das balas ficou na barra de segurança do veículo. O assessor Ciro Nogueira (PSL), que foi candidato a vereador da Capital no ano passado, também estava no carro e foi uma das vítimas
Ao investigar a denúncia, o delegado Glauber Fonseca de Carvalho Araújo, chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado da PF em Mato Grosso do Sul, desmontou a versão do deputado. Não foram encontrados indícios do atentado no local indicado por Trutis e Nogueira.
Ao analisar imagens da rodovia, verificar o rastreador do carro locado pelo parlamentar e minucioso trabalho de perícia, a PF concluiu que a suposta troca de tiros ocorreu em estrada vicinal. Imagens mostraram Trutis e Nogueira trafegando devagar pela rodovia a procura de estrada sem movimento, conforme os investigadores. Não foram encontradas pistas da suposta caminhonete que teria sido usada no atentado.
Ao cumprir os mandados na Operação Tracker, a PF acabou prendendo o deputado por porte ilegal de arma de uso restrito. Trutis acabou sendo solto por determinação da ministra Rosa Weber, do STF, e saiu dizendo que a imprensa mentiu sobre a prisão.
No agravo regimental, o deputado volta a insistir que houve falhas na investigação, como a não utilização do carro atingido pelos tiros na reconstituição. Ele também alega que não foi informado quando passou de vítima a investigado no inquérito.
O pedido para suspender a investigação foi negado também no dia 30 de dezembro deste ano pelo presidente do Supremo, ministro Luiz Fux. O inquérito é presidido pela ministra Rosa Weber, que analisa pedido da PF para estender a investigação por mais dois meses.