O Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, atingiu o ponto crítico de atendimento em decorrência da pandemia de covid-19. A unidade é referência para assistência aos pacientes atingidos pela doença. Hoje, o secretário de Saúde Geraldo Resende classificou a situação como lamentável e indicou que a unidade está em alerta vermelho.
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Em nota publicada na página da Secretaria de Saúde, Rezende afirma que serão avaliadas alternativas. No mesmo material, há entrevista com a diretora-presidente do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, Rosana Leite de Melo, que indica haver comprometimento sério do número de leitos. “É alarmante esses números, eles saltaram de forma inimaginável em dois dias. Sabemos que a patogenicidade do vírus e sua infectibilidade é grande, mas saltar de 80 para 98% de ocupação dos leitos críticos em menos de 24 horas é algo que nos assusta muito. Vamos tomar medidas emergenciais aqui no hospital para conter esse avanço, mas sem que a população se conscientize que somente eles podem parar avanço exponencial do vírus, fica impossível fazer algo. Vai faltar leitos, respiradores, medicamento e infelizmente vidas vão se perder”, declarou à assessoria de imprensa da SES.
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Entre as alternativas, está a 40 leitos, 30 deles clínicos e 10 críticos. Há a expectativa de ativar dez leitos doados pela empresa JBS.
Todas as macrorregiões de MS já ultrapassaram 50% de ocupação dos leitos de UTI
Campo Grande é a cidade mais afetada, com 77% dos 212 leitos ocupados. Em segundo lugar fica Corumbá, onde 70% dos 20 leitos estão em atendimento. Na cidade de Três Lagoas há 35 leitos de UTI e 52% deles estão em uso. Já na cidade de Dourados, 51% dos 102 leitos também estão ocupados. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde e indicam a ocupação de leitos para cuidados intensivos de todas as patologias, inclusive a covid-19. Pacientes em tratamento pela doença são responsáveis pela ocupação de 195 dos leitos em Campo Grande, 16% em Dourados, 15% em Corumbá e 14% em Três Lagoas.
Toque de recolher começa amanhã e vai durar 12 dias em Campo Grande
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) afirmou nesta terça-feira que vai publicar amanhã o decreto com as regras do toque de recolher, que limita a circulação entre 5 e 20 horas até o dia 19 de julho. Além de limitar a circulação, o decreto também vai trazer a determinação da redução da capacidade do comércio de 60% para 40% de ocupação. O mesmo vai valer para espaços religiosos e academias de ginástica.
Marquinhos Trad explicou em live no Facebook que a decisão foi tomada em acordo com as autoridades sanitárias da cidade em atendimento às orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde). Conforme as diretrizes da OMS, Campo Grande está em alerta amarelo por conta da oferta de leitos de tratamento intensivo. Hoje, dos 212 leitos na cidade, 77% estão ocupados, de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Saúde.
Ao explicar a decisão, o prefeito reforçou que os leitos de UTI são direcionados a todas as patologias, além dos acidentados. Somente no fim de semana, afirmou Marquinhos Trad, sete motociclistas necessitaram de cuidados intensivos após sofreram acidentes de trânsito nos horários correspondentes ao limite imposto pelo toque de recolher. A expectativa é de que a redução da circulação de pessoas tenha impacto na queda do consumo de bebidas alcóolicas e da consequente embriaguez no trânsito.
O prefeito disse, ainda, que o município reforçou a contratação de médicos para as unidades de saúde. Marquinhos Trad explicou que, caso a medida tenha sucesso, serão reavaliadas as condições para a retomada das aulas da rede municipal de ensino.
Economia da era covid-19 prejudica mais as mulheres
O alerta foi feito pela OCDE (Organização para o Desenvolvimento Econômico), que prevê aprofundamento da crise financeira e não vislumbra melhorias antes de 2020. A agência apontou que as pessoas com rendimentos menores são, naturalmente, as mais afetadas. Mais ainda são as mulheres, agora com menores chances de recolocação profissional por conta da necessidade social de cuidado familiar. Entre as opções colocadas pela OCDE está a introdução ou reforço de medidas de distribuição de renda. Essa seria a medida para reduzir a perda do poder aquisitivo, considerando que o desemprego será acentuado.
O coronavírus sofre mutações e que atual se espalha mais rápido
Em compensação, não é mais mortal. A conclusão é de estudo conduzido pelo Instituto de Imunologia la Jolla e do Consórcio de Imunoterapia Coronavírus, que reúne cientistas norte-americanos. Essa nova mutação saiu da Europa e chegou aos Estados Unidos. Conforme o estudo, que foi divulgado na revista científica Cell, a nova versão do vírus se multiplica mais rapidamente pelo trato respiratório superior, onde estão nariz, seios da face e garganta.
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Em dezembro de 2019, as autoridades de chinesas de informaram a OMS (Organização mundial de Saúde) sobre o surto de uma nova doença, que foi nomeada posteriormente de covid-19. Em 11 de março, a OMS anunciou que as infecções atingiam proporções epidêmicas. Os dados sobre casos e mortes são fornecidos pela Universidade Johns Hopkins, mas podem não representar a totalidade por conta da subnotificação registrada em muitos países, como o Brasil, que mudou a sistemática de divulgação dos indicadores relativos à covid-19.
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