Sem os medalhões do MDB, PT e PSDB, o Capitão Contar (PSL), que deverá ter o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), surge como principal adversário de Marquinhos Trad (PSD) nas eleições deste ano. A constatação é da pesquisa Ranking, feita com 1,2 mil eleitores entre os dias 1º e 4 deste mês.
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Outra novidade do levantamento, feito no início da abertura da janela partidária para troca de partido pelos vereadores, é que cresce a tendência do prefeito da Capital ser eleito no segundo turno pela terceira eleição consecutiva. Em janeiro, a Ranking dava como certa a reeleição de Marquinhos no primeiro turno.
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Registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número 03924/2020 e margem de erro de 2,85%, a sondagem considerou o cenário mais provável para as eleições deste ano, sem os nomes mais fortes, como os ex-governadores Zeca do PT, que desistiu de disputar as eleições em Campo Grande por problemas de saúde, e André Puccinelli (MDB), réu na Operação Lama Asfáltica e focado na disputa do Governo em 2022.
A pesquisa excluiu o nome da deputada federal Rose Modesto (PSDB), a campeã de votos nas eleições de 2018. Sem respaldo de Reinaldo Azambuja (PSDB), que pretende cumprir o acordo de apoiar a reeleição de Marquinhos, a tucana optou por manter os cargos na administração estadual e sair da disputa.
Conforme a Ranking, Marquinhos lidera com 40,75% das intenções de votos. Em janeiro, no cenário sem as estrelas, o prefeito atingia 47% e tinha a vitória assegurada no primeiro turno. Neste mês, o instituto aumenta a chance de segundo turno.
O deputado estadual Capitão Contar, campeão de votos para a Assembleia em 2018, aparece com 6,5% e isolado no segundo lugar. Neste cenário, o militar surge como o principal adversário de Marquinhos. Ele deverá contar com o apoio de Bolsonaro, já que a Aliança pelo Brasil, novo partido do presidente, não deverá ser criado a tempo das eleições deste ano.
O candidato a forçar a terceira via conta com cinco candidatos no terceiro pelotão, com três pontos percentuais: o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche (que deverá ser lançado pelo Avante), está com 3,92%, seguido pelos deputados estaduais Márcio Fernandes (MDB), com 3,83%, e Pedro Kemp (PT), com 3,75%, e pelo ex-senador Delcídio do Amaral (PTB).
Oficialmente, Harfouche ainda não está em campanha por causa do cargo, que veda qualquer tipo de atividade política. Márcio surpreende ao dobrar as intenções de voto em relação a janeiro (2,08%) após ser oficializado como o nome do MDB no lugar de Puccinelli.
O PT também bateu o martelo de que lançará o Kemp, nome mais à esquerda da sigla e ativo na Igreja Católica. Delcídio ainda corre o risco de não conseguir a aprovação da Justiça Eleitoral porque teve o mandato cassado pelo Senado e está inelegível até 2026.
Ex-secretário municipal de Habitação, Paulo Matos (PSC), aparece com 3,08%, seguido de perto pelo presidente da Cassems, Ricardo Ayache (PSB), com 2,83%. O socialista mira o Governo em 2022 e não deve ser candidato nas eleições deste ano. Ao ficar de fora, o presidente regional do PSB pode cometer um erro, considerando-se que Zeca do PT e Reinaldo se projetaram para vencer o Governo após disputar a prefeitura da Capital no pleito anterior, respectivamente, 1996 e 2012.
O ex-vereador e ex-candidato a governador, Marcelo Bluma (PV), tem 1,75%, quase o mesmo índice da advogada Tatiana Ujacow (Rede), com 1,67%. Ela foi candidata a vice-governadora na chapa de Zeca em 2010.
Em pré-campanha desde o ano passado, o ex-secretário estadual de Infraestrutura e candidato a senador em 2018, Marcelo Miglioli (SD), continua empacado no bloco dos nanicos, com 1,25%.
O empresário Guto Scarpanti (Novo), com 0,83%, o advogado Mário Fonseca (PCdoB), com 0,67%, e o presidente da Santa Casa, Esacheu Nascimento (PP), com 0,60%, completam o levantamento. De acordo com a Ranking, 23,5% não sabem em quem votar ou não responderam.
O mais rejeitado é Delcídio, com 15,33%. O ex-senador é réu na Operação Lava Jato, acusado de receber propina de US$ 1 milhão na venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, para a Petrobras, e investigado por cobrar propina de R$ 500 mil da Odebrecht.
Kemp fica com 7,25% por manter o estigma do PT, mas metade da registrada em janeiro pelo ex-governador Zeca. Bluma é rejeitado por 5,92%, contra 5,08% de Marquinhos. Já 4,5% não votariam de jeito nenhum em Contar.
A pesquisa traça um cenário do momento e nem sempre equivale a verdade. As eleições de 2018 seguem na memória do campo-grandense, quando quase todos os institutos previram a vitória de Reinaldo no primeiro turno, mas o tucano foi obrigado a enfrentar um segundo escrutínio.
Além de faltar sete meses para as eleições, o cenário ainda não está totalmente definido. O PSDB ainda pode romper com Marquinhos e lançar candidato próprio. O MDB pode convencer Puccinelli a ir para o sacrifício. Bolsonaro pode conseguir criar o novo partido e contar com dois candidatos na Capital, Contar e Coronel David.
Ou seja, tudo continua indefinido até a abertura das urnas no primeiro domingo de outubro.