A Polícia Civil vai apurar o envolvimento de delegados com o grupo de extermínio, que supostamente seria chefiado pelos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho. O corregedor-geral da corporação, delegado Jairo Carlos Mendes, pediu à Justiça o compartilhamento das provas da Operação Omertà para abrir procedimento administrativo.
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A operação prendeu 20 pessoas no dia 27 do mês passado acusadas de integrar a milícia armada, que contava com arsenal de guerra e teria realizado várias execuções na Capital. Além de guardas municipais, um policial civil, militar do Exército e até policial federal, a organização criminosa contou com o apoio de delegados.
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Empresário poderoso e influente na Capital, Jamil Name era prestigiado por autoridades de todos os poderes na Capital. A festa de 80 anos, celebrada em maio deste ano, foi bastante prestigiada, conforme relatos de colunistas sociais.
O empresário e o filho tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande. No pedido de prisão, o Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão Especial ao Crime Organizado), citou o armamento apreendido com o guarda municipal Marcelo Rios, que incluiu seis fuzis, e quatro assassinatos.
O grupo de extermínio teria executado o chefe da Segurança da Assembleia Legislativa, o sargento da PM Ilson Martins Figueiredo, o ex-segurança do megaempresário Jorge Rafaat, Orlando da Silva Fernandes, o Bomba, o playboy Marcel Costa Hernandes Colombo e o filho do capitão da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, o universitário Matheus Coutinho Xavier.
De acordo com o depoimento de uma testemunha, após aparentar nervosismo logo após o assassinato de Ilson Martins, Rios teria pego R$ 100 mil e entregue a um delegado da Polícia Civil. Esta denúncia será apurada pela sindicância a ser aberta pela corregedoria.
A outra envolve a recepção de chefe de estado dada a Jamil Name Filho pelos policiais do 1º Distrito de Polícia de Ponta Porã, conforme o Campo Grande News.
Apesar da investigação estar sendo conduzida pelo Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros), o compartilhamento de provas precisa de aval do Poder Judiciário.
O envolvimento de delegados não só potencializa o escândalo, como mostra a gravidade dos fatos revelados na Operação Omertà, caso sejam confirmados.
Nesta segunda-feira (7), o juiz Waldir Marques, que ocupa o lugar do desembargador Carlos Eduardo Contar na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, negou o pedido de liberdade dos guardas municipais Igor Cunha de Souza, Rafael Carmos Peixoto Ribeiro e Eronaldo Vieira da Silva.
O magistrado julgará os pedidos de habeas corpus de outros presos na Operação Omertà. No entanto, o único processo que não está protegido pelo sigilo em segunda instância é dos guardas municipais.
Somente o juiz Marcelo Ivo de Oliveira levantou o sigilo do inquérito, um dos mais rumorosos da história de Campo Grande.