Novas reviravoltas, desistências e até tentativa de tirar candidato no tapetão vão por fogo na reta final das convenções partidárias em Mato Grosso do Sul. Com o presidente regional preso, o MDB corre o risco de ficar sem candidato a governador. As emoções, que devem agitar as próximas 48 horas envolvem a senadora Simone Tebet (MDB), o senador Pedro Chaves (PRB), o procurador de Justiça Sérgio Harfouche, o ex-governador Zeca PT, o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) e mudanças radicais na chapa do juiz Odilon de Oliveira (PDT).
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O desembargador Sérgio Martins, indicado por André para o Tribunal de Justiça, decidiu apimentar o pleito. Depois de notificar a Justiça Eleitoral do acórdão que tornou Zeca inelegível, ele fez o mesmo comunicado em relação a Bernal.
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Conforme despacho do magistrado, como o TJMS validou o decreto de cassação, o ex-prefeito da Capital não pode ser candidato porque foi condenado por um órgão colegiado. No entanto, este mesmo assunto já foi abordado em 2014, quando o progressista teve a candidatura homologada para o Senado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Contudo, o despacho lança suspeita sobre a candidatura de Bernal, que decidiu apoiar à reeleição de Reinaldo Azambuja (PSDB) em troca de cargos no Governo. Não bastasse compor uma chapa pesada e com disputa acirrada, o presidente regional do PP sofrerá o desgaste do ser ou não ser candidato a deputado federal.
O PT está otimista de que tem argumentos e condições de manter a candidatura de Zeca do PT ao Senado. A assessoria jurídica aponta que o petista só estaria inelegível se tivesse condenado em quatro requisitos. No acórdão, o Tribunal de Justiça não incluiu o dolo e o enriquecimento ilícito.
Além disso, o advogado Newsley Amarilla aposta que cabe recurso para reverter a condenação por 2 a 1 na farra da publicidade. Neste único caso em que o ex-governador foi condenado, a ação aponta desvio de R$ 192 mil.
A situação mais complicada está o MDB. Além de estar preso, o ex-governador André Puccinelli se tornou alvo de segunda ação penal, conforme os advogados Renê Siufi e André Borges. O Supremo Tribunal Federal deve mantê-lo na prisão por mais um fim de semana, considerando-se que a ministra Cármem Lúcia ainda nem definiu quem será o relator do habeas corpus.
Para complicar a situação, já considerada gravíssima, Simone cogita desistir da candidatura ao Governo. O clima é de tensão e de desânimo entre as lideranças emedebistas. O desespero é tanto, que o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, até defendeu o adiamento das eleições porque o processo estaria sofrendo interferência da Justiça.
Na véspera da convenção, os caciques discutem a hipótese de nem lançar candidato a governador, focando os esforços na reeleição de Waldemir Moka (MDB) e nas chapas proporcionais. Aliás, esta deve ser o único óbice para a sigla apoiar o candidato tucano, porque a chapa ao Senado já está fechada, com Nelsinho Trad (PTB) e Marcelo Miglioli (PSDB).
Depois de pontuar bem nas pesquisas como candidato a senador, Harfocuhe se encheu de esperanças e decidiu sonhar mais alto. No entanto, nos bastidores existe uma negociação para que ele retome a candidatura ao Senado e componha a chapa com Odilon.
Além do PSC, o PDT estuda retirar a candidatura da professora Leocádia Petry (PDT) para acomodar o senador Pedro Chaves (PRB). Aliás, o parlamentar mantém a fama de indeciso que o projetou em nível nacional.
O PRB homologou a candidatura de Chaves, que vai tentar a reeleição, mas não definiu o candidato a governador. O senador teria fechado com o PDT, mas jornais anunciaram que ele decidiu apoiar Reinaldo, candidatando-se a ser o “patinho feio” da coligação. Dois cargos de senador estão na disputa.
Aliás, o candidato a vice-governador na chapa de Odilon vem causando barulho nos últimos dias. Para ampliar a aliança, o magistrado decidiu trocar o vice, o empresário Herbert Assunção de Freitas.
Como se tivesse em uma roda gigante de emoções, o PDT chegou a anunciar a radialista Keliana Fernandes (PROS), ex-mulher de Marçal Filho (PSDB) e candidata a prefeita de Dourados em 2012. A repercussão negativa fez tanto barulho, que a candidata não durou 24 horas.
A decisão do PDT em trocar o vice empolgou o PODEMOS. O partido decidiu reivindicar a vaga e indicou o pecuarista Chico Maia, que tinha desistido de disputar o Senado para ser o companheiro de chapa de Odilon. A sigla se empolgou tanto que até trabalha para indicar Humberto Figueiró como candidato a senador.
As negociações devem se estender de reunião em reunião até domingo, quando termina o prazo para a oficialização das candidaturas.
Como no Brasil sempre há um “jeitinho”, os partidos ainda podem estender o suspense até o dia 15 de agosto, quando termina o prazo para o registro das candidaturas. A torcida vai precisar ser forte para aguentar as emoções.