Duas novidades na campanha eleitoral deste ano – se forem cumprida à risca – trarão mais equilíbrio à disputa: o limite de gastos definido pela Justiça Eleitoral e o veto de doação de empresas. Apesar de ainda ser alto e absurdo, o gasto de R$ 7,350 milhões na campanha para governador será 70% menor que o gasto pelos principais candidatos na eleição passada.
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A receita da campanha vitoriosa de Reinaldo Azambuja (PSDB) foi de R$ 25,323 milhões em 2014, três vezes mais cara que o limite máximo previsto nesta sexta-feira pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Oficialmente, o tucano será obrigado a reduzir o gasto em 70% para disputar a reeleição.
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O mesmo ocorreu com a campanha de Delcídio do Amaral, na época no PT, que arrecadou R$ 24,580 milhões nos dois turnos.
O valor gasto até pelo terceiro colocado, que só disputou um turno, o ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad, que trocou o MDB pelo PTB, foi maior que o limite fixado para este ano pelo TSE. Nelsinho declarou receita de R$ 8,752 milhões em 2014, valor 44% maior que o previsto para o primeiro turno neste ano, de R$ 4,9 milhões.
O TSE fixou em R$ 2,5 milhões a campanha para o Senado nas eleições deste ano. Para ser eleita em 2014, com o apoio do então governador André Puccinelli (MDB), a senadora Simone Tebet gastou 30% mais ao contabilizar R$ 3,239 milhões.
O mesmo fenômeno se repete na eleição para deputado federal, que ficou limitada ao gasto de R$ 2,5 milhões. Para conquistar o primeiro mandato de deputada em 2014,Tereza Cristina Corrêa da Costa (DEM), a Musa do Veneno, torrou R$ 4,298 milhões, 71% mais cara em relação ao teto deste ano.
Para deputado estadual, o limite de gasto ficou em R$ 1 milhão.
A intenção da Justiça Eleitoral é boa. No entanto, mesmo assim, os valores são altos diante do trabalhador que ganha um salário mínimo de R$ 954.
Acostumados a nadar em dinheiro e com as megaestruturas das milionárias campanhas, a dúvida é se os candidatos vão seguir à risca a determinação da Justiça Eleitoral.
Em uma eleição considerada difícil, com uma acirrada disputa por vaga no segundo turno, os candidatos a governador vão se adaptar ao orçamento da Justiça Eleitoral?
Aliás, com o aval do TSE, os interessados em participar do pleito apostam na pré-campanha eleitoral, onde tudo parece liberado. Desde o início do ano, os pré-candidatos a governador – o juiz Odilon de Oliveira (PDT), André e Reinaldo percorrem o Estado de forma alucinante.
O tucano ainda aproveita para casar a agenda oficial com a de pré-candidato. Como governador, ele lança e inaugura obras, com ampla divulgação dos jornais e sites, e, como pré-candidato, participa de encontros regionais do PSDB.
Nessa sexta-feira, o pré-candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin (PSDB) pegou carona na estratégia e participou de evento em Dourados.
O gasto da pré-campanha vai fazer parte do limite?
Será que a Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul terá independência e coragem, como a do Tocantins, de cassar eventual eleito por abuso de poder econômico?
O eleitor tão indignado com a corrupção, o mal que se perpetua a cada eleição no Brasil, vai começar a dar o exemplo de votar de olho no programa de governo e da história do candidato? Ou vai acabar decidindo com base na famosa troca de favores, favorecendo quem tem torrar mais dinheiro?
Os limites na campanha eleitoral em 2018
Candidatos a governador
1º turno: R$ 4,9 milhões
2º turno: R$ 2,450 milhões (R$ 7,35 milhões)
Senador
R$ 2,5 milhões
Deputado federal
R$ 2,5 milhões
Deputado estadual
R$ 1 milhão