A campanha do juiz federal Odilon de Oliveira (PDT) começa a definir a chapa majoritária para disputar as eleições deste ano em Mato Grosso do Sul. Com a obstinação quase impossível de definir a linha de frente sem suspeitas de corrupção, o magistrado garantiu o apoio do Podemos, que lançará o pecuarista Chico Maia para o Senado. A segunda vaga pode ficar com o ex-secretário estadual de Educação, ex-deputado federal e ex-presidente regional do PT, Antonio Carlos Biffi.
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Com o fechamento da aliança com o Podemos, Odilon garante palanque para dois candidatos a presidência da República: o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o senador Álvaro Dias (PODE). O acordo foi fechado na semana passada e prevê a retirada da pré-candidatura a governador do empresário Cláudio Sertão, que deverá disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.
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O lançamento de Chico Maia, que foi vereador de Campo Grande e presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), garante o apoio de um representante do agronegócio à candidatura de Odilon. Maia se afastou da política em decorrência de problemas causado pela diabete, mas voltou animado e com a língua ferina.
Em entrevista à Rádio CBN, o produtor rural não economizou críticas à gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). Para ele, após três anos de mandato, a atual gestão ainda nem começou.
Se por um lado, Maia garante o apoio da direita, o presidente regional do PDT, João Leite Schimidt, estuda lançar Biffi para disputar o voto da esquerda. Ex-petista, o ex-deputado foi secretário estadual de Administração e de Educação na gestão de Zeca do PT e ex-presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul).
Deputado federal por três mandatos consecutivos (2002, 2006 e 2010), ele teve a educação como principal linha de atuação. Biffi poderá disputar os votos da esquerda com o ex-governador ou herdar os votos no caso do petista não conseguir reverter a inelegibilidade no Tribunal de Justiça.
O lançamento de um quadro do próprio partido também aumenta a pressão sobre o senador Pedro Chaves, que trocou o PSC pelo PRB, que segue indefinido entre Odilon e a reeleição de Reinaldo. O PRB comanda a Fundação Estadual do Trabalho, através do presidente regional, Wilton Acosta.
O cenário começa a ser definido em meio a muita incerteza sobre as candidaturas. O favorito ao Senado, segundo as pesquisas, o ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad (PTB), ainda não fechou com nenhum candidato. Ele tem três alternativas até o momento: Reinaldo, o ex-governador André Puccinelli (MDB) ou o primo, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM).
O MDB deve apoiar a reeleição de Waldemir Moka e abrir uma vaga para um aliado. O mesmo ocorre com o PSDB, que pretende lançar um dos secretários estaduais, Eduardo Riedel (Governo) ou Marcelo Miglioli (Infraestrutura).
Os principais candidatos ainda não definiram o candidato a vice. O mais cotado para compor chapa com Odilon continua sendo o presidente da Cassems, o cardiologista Ricardo Ayache, mas vai depender do PSB. O médico pode trocar o partido pelo PP, de Alcides Bernal, caso os socialistas optem pela candidatura de Puccinelli.
A vice-governadora Rose Modesto (PSDB) já anunciou que não repetirá a dobradinha com Azambuja. Favorita a uma das vagas na Câmara dos Deputados, ela abre espaço para o tucano ampliar o leque de alianças.
Puccinelli deverá repetir a estratégia de buscar um nome forte no interior, como já fez com Murilo Zauith (PSB) e Simone Tebet (MDB).
Até o mês de agosto, quando ocorrem as convenções, o quadro partidário poderá sofrer inúmeras mutações, principalmente, dependendo da disposição da Polícia Federal em agilizar ou atrasar as investigações.
E aí o eleitor terá noção de quem continua solto para ter o seu voto em outubro.