A Câmara Municipal de Campo Grande continua vivendo uma realidade alheia aos problemas dos cidadãos, que sofrem as consequências da falta de recursos para investimentos em áreas como saúde, infraestrutura urbana e segurança. O presidente do legislativo, vereador João Rocha (PSDB), decidiu ampliar os gastos com publicidade e renovou os contratos com as agências por R$ 3,691 milhões.
Eleitos com a promessa de renovar o legislativo, considerado o pior na história da Capital no ano passado, com mais da metade dos vereadores envolvidos em denúncias de corrupção, os atuais vereadores mantiveram os costumes condenados pela opinião pública.
Veja mais:
Vereadores ignoram crise e gastam R$ 3,03 milhões com publicidade
Conforme o Portal da Transparência da Câmara, até julho deste ano, os vereadores tinham gastos R$ 3,03 milhões com propaganda.
Com a renovação do contrato, que prevê reajuste e até equilíbrio financeiro, João Rocha elevou o montante gasto com publicidade para R$ 3.691.480,00.
Enquanto o parlamento gasta uma fortuna com publicidade, os moradores de Campo Grande voltaram a conviver com o pesadelo dos buracos. As chuvas dos últimos dias transformaram as vias públicas em verdadeiras armadilhas.
Somente neste mês, quase 10 meses após a posse, os parlamentares começaram a descobrir o drama de quem precisa de atendimento na rede pública de saúde. Vários postos de saúde estão sem remédios e até produtos simples, como papel para imprimir a receita médica.
A situação se agravou com a mudança nos plantões. E pode ficar pior com a suspensão de plantões em 32 unidades. A Secretaria Municipal de Saúde decidiu adotar a medida como contenção de despesas. No entanto, antes de ser cobrado, o parlamento decidiu torrar o dinheiro disponível com propaganda.
Agora, em tempos de crise, a Câmara deveria poupar dinheiro para contribuir com a melhoria da vida da população, principalmente, porque não há motivo de se fazer propaganda institucional de vereadores.
O momento é de se priorizar e racionalizar o gasto do dinheiro público. O desperdício para manter a boa imagem só terá uma finalidade: ampliar o sofrimento da população, que paga impostos em dia, mas não recebe o retorno na prestação da qualidade do serviço pelo poder público.
O dinheiro de impostos passou a ser utilizado pelos detentores de mandato para convencer o povo de que estão fazendo o que não estão fazendo.