A Polícia Federal vai retomar a investigação para ampliar a devassa nas contas do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), acusado de receber propina em troca da liberação de emendas parlamentares na Operação Uragano. O escândalo surgiu em 2010 e envolveu o então prefeito Ari Artuzi, único condenado no escândalo e que morreu de câncer.
O caso foi encaminhado, novamente, à PF pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, em despacho do dia 25 de agosto deste ano.
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Resende e o ex-deputado federal Marçal Filho (PMDB) foram citados em gravações feitas pelo secretário de comunicação da prefeitura, Eleandro Passaia. De acordo com a denúncia, ele agilizava a liberação das emendas em troca de propina.
No período investigado, apesar de anunciar que fazia oposição a Artuzi, Resende conseguiu a liberação de R$ 3 milhões entre 2007 e 2010. Nesse período, informações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal revelaram depósitos de R$ 132,3 mil nas contas do tucano, sendo que só R$ 24 mil teve o depositante identificado, o próprio deputado.
A investigação ocorre desde 2011, mas, agora, seguirá em sigilo por determinação de Marco Aurélio.
Em entrevista ao jornal Campo Grande News, Resende destacou que está tranquilo e não teme a investigação. Ele frisa que era adversário do prefeito Ari Artuzi e não cobrou vantagens indevidas pela liberação das emendas.
“Não tem fato novo. Eles pediram de novo aquilo que já pediram há seis anos e eu voluntariamente levei lá. A Procuradoria-Geral da República está perdida, tentando de alguma forma achar algo de ilícito na minha atividade política. É uma mera repetição de pedidos feitos anteriormente pela PGR”, afirmou ao jornal eletrônico.
A divulgação da denúncia contra Geraldo é apenas mais uma contra os tucanos de Mato Grosso do Sul. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o presidente regional do partido, o secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, podem ser investigados pelo Superior Tribunal de Justiça pelo suposto pagamento de propinas por empresários em troca da manutenção da isenção fiscal.
O governador ainda é acusado de receber R$ 38,4 milhões da JBS para conceder a isenção de aproximadamente R$ 1 bilhão em isenções do ICMS em 2015.
Monteiro ainda é réu em processo na justiça estadual por ter concedido isenção do Fundersul e ter reduzido o imposto pago por uma cerealista de Dourados.
A cúpula do Detran foi afastada pela Justiça na Operação Antivírus, que apura os crimes de corrupção passiva e ativa, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os diretores chegaram a ser presos, mas foram soltos pelo Tribunal de Justiça.
Resende ainda é contra a investigação do presidente Michel Temer (PMDB), apesar das provas de obstrução da Justiça, organização criminosa e corrupção contra o peemedebista.
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