Ex-secretário Municipal da Juventude de Campo Grande, o advogado Wilton Edgar Sá e Silva Acosta vai julgamento no próximo mês de junho na ação de improbidade administrativa em que é acusado de contratar a enteada e um sócio em escritório de advocacia sem que ambos exercessem suas funções na Prefeitura de Campo Grande durante a gestão de Alcides Bernal (PP). Ou seja, eram o que é chamado de “funcionários fantasmas”.
De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual, Letícia Eduarda Souza da Costa recebeu R$ 2 mil de remuneração entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017 para exercer a função de assistente administrativo IV, com jornada de trabalho de 40 horas semanais sem, contudo, desempenhar qualquer atividade relacionada à função. O advogado Luiz Carlos de Oliveira Bueno, recebeu R$ 3 mil no período de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017, supostamente sem trabalhar.
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A acusação aponta que não foram encontrados registros de frequência de Letícia e nenhuma outra comprovação de sua atuação na Secretaria de Juventude. A ré, inclusive, estava morando em outra cidade, Dourados, para cursar ensino superior, conforme o MPE.
Já Luiz Carlos Bueno também também não apresentou registros de frequência e, segundo a denúncia, em vez de trabalhar na secretaria, atuava em processos judiciais de interesse do então prefeito Bernal.
Depoimentos apresentados pelo MPE revelaram que trabalhadores contratados para a secretaria comandada então por Wilton Edgar Acosta exerciam atividade político-partidária de apoio à candidatura dele a vereador de Campo Grande, em 2016.
Os acusados negam terem cometido qualquer crime. A denúncia está em tramitação na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande desde dezembro de 2018.
O despacho do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa em que marca a audiência de instrução e julgamento para o próximo dia 10 de junho foi publicado no Diário Oficial da Justiça de Mato Grosso do Sul de quinta-feira (10 de abril).