
Mário Pinheiro – Quando os militares entraram em ação no passado, é verdade, não teve violência nem perseguição no início. Parecia o paraíso. Mas como tudo era proibido ao mesmo tempo em que a inflação galopava, a carestia assolava, juventude, operários e camponeses entraram em ação nas manifestações.
Tudo se tornou sombrio, funesto. O cinismo frio misturado com o gosto de perseguir, bater até desfigurar a pessoa, veio a partir de 1968 e o inferno se torna o palco do diabo vestido de verde oliva.
Veja mais:
No Divã Em Paris – O sonho e o medo da realidade
No Divã Em Paris – Bolsonaro a um passo do paraíso: a prisão
No Divã Em Paris – Jogos e escândalos da CIA
Há brasileiros tão inconsequentes e tapados pelo fanatismo do vazio que é impossível costurar um diálogo. Segundo Friedrich Nietzsche somente os imbecis não mudam de ideia. Nesta mesma linha de raciocínio, Albert Camus sustenta que a ignorância é o fator que leva um cidadão para a indiferença.
Em 1964 houve golpe militar. O resultado foi terrível para uma multidão. Os milicos se achavam no poder de ofender, esbofetear, passar a mão na bunda das moças, e se a gente olhasse atravessado, apanhava também.
Somente nas regiões Centro Oeste e Norte, aproximadamente mais de dez mil índios foram assassinados com a intrusão de militares e empresários ao dividir comunidades indígenas à força para passar a dita Transamazônica. O número de estupros e abuso de poder nem se conta.
O governo militar teve medo de ser acusado de genocídio pelas instituições internacionais, mas a violência falou mais alto e quem abrisse a boca era perseguido, detido, torturado e o corpo desaparecia.
A dita anistia veio em 1979 com o intuito de salvar, não os exilados políticos, mas os militares e, sobretudo, os torturadores. Os desaparecidos nos porões da tortura, mortos e enterrados com falsos nomes, jamais souberam o que era anistia.
Hoje, um grupo de ignorantes pretende querer novamente a anistia com o objetivo de blindar o parasita. O projeto de anistia defendido pelos deputados reacionários, de extrema direita raivosa, pretende absolver, não os manifestantes que quebraram o patrimônio público e que já foram condenados ou aguardam condenação, mas os organizadores, diga-se de passagem, o fujão.
Anistiar a condenada do batom é puro engodo. Ela não estava em Brasília fazendo retiro espiritual, rezando com as velhinhas de bíblia na mão. O negócio foi feio. Atacaram policiais montados em cavalo, quebraram vidraças, cagaram no STF, destruíram patrimônio público. E eles são tão ignorantes que fizeram vídeos, o que evidencia peças do crime contra eles mesmos.
Anistiar os criminosos do fajuto golpe de estado é retroceder na história. O líder, ora inelegível, tem medo de ir pra cadeia porque ele gostaria de gozar um pouco dos 17 milhões que recebeu de Pix, mentir um pouco mais e deixar claro que pior do que ele não existe. Ele não fez nada pelo Brasil.
Anistia nunca mais!
