O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, manteve a prisão de empresários e servidores públicos acusados pelos desvios milionários nas prefeituras de Água Clara e Rochedo. Também manteve a proibição de uma empresa investigada de firmar contratos com o poder público em Mato Grosso do Sul.
Um fato curioso é que o empresário Douglas Geleilaite Breschigliari, da DB Comércio, estava preso e ainda monitorado por tornozeleira. Em despacho publicado nesta quinta-feira (10), o magistrado determinou a suspensão do monitoramento eletrônico.
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Entre os detidos com a prisão preventiva mantida está Fernando Passos Fernandes, filho do prefeito de Rochedo, Arino Jorge Fernandes de Almeida (PSDB), Fabrício da Silva, Renato Franco do Nascimento, Douglas Breschigliari e Izolito Amador Campagna. Eles foram presos na Operação Malebolge, deflagrada para investigar desvios em contratos que somam R$ 10 milhões.
“Sem maiores delongas, consigno que não há nenhuma mudança fática nos autos, pelo menos por ora, apta a modificar a recente decisão proferida por esse Juízo quando decretou as prisões nos autos da referida medida cautelar, pois o fato de as medidas cautelares aparentarem ‘suficiência quanto à cessação da atividade criminosa’, conforme aduzido pelo defesa, bem como o fato de os investigados cumprirem (terem cumprido) as medidas cautelares diversas deferidas em sede de liminar Habeas Corpus pelo Tribunal de Justiça em nada modifica os fundamentos do decreto prisional”, pontuou o magistrado.
“Ademais, os fundamentos da prisão preventiva adotados por esse Juízo foram chancelados recentemente pelo julgamento colegiado do Egrégio Tribunal de Justiça referente ao Habeas Corpus nº 1402664-38.2025.8.12.0000”, destacou, sobre a decisão da 3ª Câmara Criminal do TJMS.
No caso de Douglas, o juiz ainda cita o fato do filho do prefeito não ter sido exonerado da prefeitura. Conforme o Midiamax, ele acabou demitido pelo pai no início deste mês.
O dono da empresa R.A. Comércio e Serviços pediu a revogação da proibição de participar de licitações e firmar contratos com órgãos públicos em Mato Grosso do Sul. O magistrado acatou parecer do MPE e manteve a proibição. Ele chegou a ter o pedido de prisão preventiva pedido pela promotoria, mas foi negado pelo juiz.