Depois de quase oito anos, a ação por corrupção, peculato e organização criminosa contra o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), ex-diretores do Departamento Estadual de Trânsito e empresários chega à última fase. Conforme despacho da juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, publicado nesta quarta-feira (9), os réus têm cinco dias para a apresentação das alegações finais.
O Gaeco (Grupo Especial de Atuação contra o Crime Organizado) pede a condenação do grupo por corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dispensa de licitação, peculato e organização criminosa. Eles ainda podem ser condenados a pagar indenização de R$ 50 milhões.
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A ação é decorrente da Operação Antivírus, deflagrada para investigar o desvio de R$ 7,4 milhões no Detran em agosto de 2017. Na ocasião, Claro e os diretores do Detran – Donizete Aparecido da Silva, Gerson Tomi e Celso Bras de Oliveira Santos – foram presos e exonerados pelo então governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Além dos ex-diretores do Detran, são réus os sócios da Pirâmide Informática, José do Patrocínio Filho e Anderson da Silva Campos (falecido), o ex-assessor da Secretaria Estadual de Governo, Luiz Alberto Oliveira Azevedo, o ex-diretor do Tribunal de Contas, Parajara Moraes Alves Júnior, Fernando Roger Daga, o ex-vereador Roberto Durães, entre outros.
Conforme a denúncia do Gaeco, Gerson Claro, então diretor-presidente do Detran, rompeu o contrato com o Consórcio REG-DOC para contratar, em regime de urgência e sem licitação por R$ 7,4 milhões em 180 dias a Pirâmide Informática, de Patrocínio.
A empresa não tinha estrutura nem experiência para assumir o serviço, que poderia ser executado por funcionários do órgão estadual e custaria apenas R$ 100 mil. O gasto de R$ 7,4 milhões foi por apenas seis meses. Em seguida, a Pirâmide ganhou o contrato, também sem licitação, do Tribunal de Contas do Estado.
Eleições 2026
A sentença da juíza Eucélia Moreira Cassal pode ser publicada ainda neste ano e definir o futuro do presidente da Assembleia. Gerson Claro pretende ser candidato ao Senado com o apoio da senadora Tereza Cristina (PP), cacique política em alta após o sucesso da reeleição de Adriane Lopes, em Campo Grande.
No entanto, eventual condenação poderá abalar a candidatura, mas não inviabilizá-la. Gerson Claro foi eleito deputado estadual em 2018 no ano seguinte após ser preso pelo suposto desvio no Detran. E ainda foi eleito e reeleito presidente da Assembleia Legislativa.
Por outro lado, a absolvição, como espera o deputado, poderá sacramentar a sua candidatura a senador.