A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirma que o Brasil não deve entrar em recessão econômica devido ao aumento de tarifas promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A sul-mato-grossense acredita que o atual cenário pode representar uma oportunidade para o País ampliar acordos comerciais com Europa e China.
Segundo Simone, a crise pode ser transformada em uma “janela de oportunidades”. “O tarifaço não deve provocar uma recessão no Brasil. Pelo contrário, pode ser uma chance estratégica de reposicionamento comercial do país no cenário global”, afirmou a ministra, em entrevista à CNN.
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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda acredita em renegociações das tarifas impostas pelo governo trumpista, sobretudo com países com balança comercial deficitária com os Estados Unidos, como é o caso do Brasil, segundo Tebet.
Mesmo com o endurecimento das tarifas, o governo brasileiro mantém a expectativa de reabrir negociações com Washington, sobretudo nas áreas de aço e alumínio, setores diretamente afetados pelas medidas de Trump.
O próprio presidente Donald Trump disse que, a partir deste mês, estaria disposto a abrir mesa de negociações para rediscutir as tarifas comerciais.
A intenção é enviar uma nova comitiva comercial aos Estados Unidos para discutir cotas de exportação e buscar alternativas que minimizem os impactos sobre a indústria brasileira.
O pacote tarifário anunciado pelo republicano elevou as taxas de importação de 185 países e já provocou reações globais. O Brasil e os demais países da América do Sul foram taxados em 10%, o menor percentual entre os atingidos.
No entanto, a economia global deve passar por mais dias de turbulência. Nesta terça-feira (8), a Casa Branca anunciou que os Estados Unidos vão cobrar tarifas de 104% sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira (9). A medida é mais um episódio da guerra comercial entre os países.
Em março, Washington impôs taxas específicas de 20% à China, em um dos primeiros movimentos de Trump para pressionar o país asiático. No último dia 2 abril, os EUA iniciaram uma guerra de tarifas contra todos os parceiros comerciais, com taxação adicional de 34% sobre todos os produtos chineses que entram no país norte-americano. Com a promessa de uma terceira taxação de 50%, o total iria para 104%.
Além de retaliar com tarifas de 34% sobre os produtos estadunidenses, Pequim também estabeleceu restrições para exportação de minerais raros, chamados terras raras, e proibir o comércio com 16 empresas dos EUA.
Em editorial publicado no domingo (6), o jornal porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCCh) – o Diário do Povo – disse que a China está preparada para a guerra de tarifas de Donald Trump e que o “céu não cairá” por causa das novas barreiras comerciais.