O julgamento da denúncia por lavagem de dinheiro contra o empresário João Amorim, sua sócia Elza Cristina Araújo dos Santos, e as três filhas, Ana Paula, Ana Lúcia e Renata tem início no próximo dia 10 de abril. Os réus são acusados de ter ocultado R$ 33,8 milhões supostamente desviados dos cofres públicos na compra de duas fazendas.
Serão nove dias de audiências de instrução e julgamento, que prosseguem em 22, 23, 24, 25, 28, 29 de abril de 2025 e seguem em 13 e 14 de maio. O juiz Felipe Alves Tavares, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, confirmou o início no dia 10, às 13h30, conforme despacho publicado no Diário de Justiça Eletrônico Nacional desta segunda-feira, 31 de março.
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Desde julho de 2016, quando a denúncia foi protocolada pelo Ministério Público Federal, a ação contra os cinco tramita a muito custo na Justiça Federal. O processo foi anulado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região na fase final. O juiz titular da 3ª Vara Federal, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, já tinha marcado o interrogatório dos réus e estava concluindo o julgamento.
No entanto, com a anulação pelo relator, desembargador Paulo Fontes, com o apoio da 5ª Turma, o processo recomeçou do zero, com o recebimento da denúncia, manifestação da defesa, contestação do MPF e agendamento de novo julgamento.
A juíza substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, ressuscitou a ação penal derivada da Operação Lama Asfáltica ao receber novamente a denúncia em junho de 2022 e, após manifestação das defesas, manteve a decisão em maio deste ano.
Conforme o MPF, o dinheiro desviado dos cofres públicos foi aplicado pela família do empresário na compra de propriedades rurais. A Fazenda Jacaré de Chifre, em Porto Murtinho, foi adquirida de José Jacinto Neto por R$ 30 milhões, divididos em sete parcelas. Já a Fazenda Santa Laura, em Jaraguari, foi comprada por R$ 3,858 milhões em 12 vezes de Evaldo Lelis Soares e sua esposa.
Oficialmente, as propriedades foram adquiridas pela Idalina Patrimonial, em nome das três filhas de Amorim. No entanto, o empresário tinha produção para fazer os negócios em nome da agropecuária. Os réus negam as acusações.