Bolsonarista e eleito com o discurso de combater à corrupção, o prefeito de Sidrolândia, Rodrigo Basso (PL), nomeou investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) por desvio de dinheiro público em Aquidauana. Ele nomeou Natalino José Gonzaga, que foi alvo da Operação Ad Blocker, como secretário municipal de Governo e Desburocratização.
Basso foi eleito graças ao escândalo de corrupção na prefeitura comandada pela antecessora, Vanda Camilo (PP). O genro da ex-prefeita e ex-secretário municipal de Fazenda, Claudinho Serra (PSDB), foi preso e virou réu pelo desvio milionário no município.
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Ao ser questionado sobre a nomeação, o bolsonarista confirmou que não só tinha conhecimento da investigação, como já sabe que o secretário foi denunciado pelo Gaeco pelos crimes de corrupção.
“A investigação sobre ele foi encerrada! Foi denunciado sim!”, admitiu Rodrigo Basso. Contudo, o prefeito põe as mãos no fogo por Gonzaga. “Mas sem provas!”, destacou. “E já sabemos até de onde veio a denúncia! Tive acesso ao processo todo! Analisei com vários advogados de confiança minha. Armaram pra ele, só isso!! Nesse caso ele tá tranquilo!”, garantiu Basso, antecipando-se ao julgamento de um juiz e inocentando o assessor.
Natalino José Gonzaga é investigado por ter desvio dinheiro da Câmara Municipal de Aquidauana, que era presidida pelo amigo, o vereador Wezer Alves Rodrigues Lucarelli (PSDB). Ele teria recebido R$ 56 mil por meio de uma empresa de publicidade, mas não veiculado a propaganda do legislativo, de acordo com o Gaeco.
De acordo com o Ministério Público Estadual, não houve fiscalização nem auditoria para comprovar que houve a veiculação de publicidade. A suspeita é de que houve desvio de R$ 29,1 mil.
Desestabilizar a gestão
Rodrigo Basso repete a ladainha da antecessora, de que é vítima de armação para desestabilizar a administração, e não segue a risca o ditado popular de que “a mulher de César não basta ser honesta, mas parecer honesta”.
“Mas a intenção era essa mesmo. Desestabilizar meu governo e tirar ele do meu lado, por quem tá achando que ele que me elegeu pra cortar as regalias que existiam em Sidrolândia!”, frisou o prefeito.
“Mas estão enganados, estou prefeito pela vontade do povo, e só pra esse tenho trabalhado”, garantiu.
Vanda Camilo também rebateu as investigações feitas pelo Gaeco e pelo MPE. A progressista viu na ofensiva contra a corrupção uma armação para desgastar a sua administração. Ela chegou inclusive a ser alvo de delação premiada, que foi homologada pelo Tribunal de Justiça, mas parou nas mãos do procurador geral de Justiça, Romão Avila Milhan Júnior.