Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, na quarta-feira (26), tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. A decisão foi comemorada por parlamentares do PT em Mato Grosso do Sul e criticada pela ala bolsonarista. Os primeiros defendem um julgamento justo, mas sem anistia; enquanto os demais alegam perseguição e chama de “circo” e “teatro” a sessão do STF.
É a primeira vez que um ex-presidente eleito é colocado no banco dos réus por crimes contra a ordem democrática estabelecida com a Constituição de 1988. Bolsonaro também responde, na condição de réu no Supremo, aos crimes de organização criminosa armada, dano qualificado pelo emprego de violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
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A deputada federal Camila Jara (PT) diz que “a denúncia é um marco na apuração de possíveis ações contra a democracia no Brasil” e defende um julgamento justo ao ex-presidente.
“Como qualquer cidadão, Bolsonaro merece ampla defesa. Uma prisão preventiva somente acontecerá caso algum fato novo seja verificado — como uma suposta obstrução a Justiça para atrapalhar a investigação”, informou Camila, após a decisão do STF.
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) celebrou o momento histórico. “Grande dia! Sem anistia para os golpistas!”, declarou. A vereadora de Campo Grande Luiza Ribeiro (PT) também rejeita a ideia de anistia e afirma que “a justiça está sendo feita. Quem tentou sabotar as eleições e ameaçar a democracia precisa responder por seus atos”.
“Um momento crucial para a justiça em nossa nação. Aqueles que atacaram a democracia e tentaram um golpe de Estado começarão a enfrentar as consequências por seus diversos crimes. Sem anistia!”, disse o vereador da Capital Jean Ferreira (PT).
Do lado bolsonarista, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) acompanhou o segundo dia de julgamento ao lado de Jair Bolsonaro (PL), no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL), no Senado. Após o STF tornar o ex-presidente réu, o Gordinho do Bolsonaro disse que os cinco ministros da Primeira Turma têm ligações com o Partido dos Trabalhadores.
“Ao aceitar a denúncia da PGR contra Bolsonaro, o STF fortalece uma narrativa infundada e visivelmente ideológica, que visa apenas criminalizar qualquer oposição a este desgoverno, buscando deslegitimar a defesa das liberdades democráticas”, disparou Rodolfo, que tratou o julgamento como “um verdadeiro teatro de cartas marcadas”.
O deputado federal Marcos Pollon (PL) destaca o discurso de perseguição ao ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal e também disse que o julgamento foi um “circo total” e “teatro nojento”. “PERSEGUIÇÃO! essa é a realidade do que vem acontecendo há anos no Brasil! Não podemos recuar, desistir não é uma opção!”, publicou o bolsonarista.
O discurso de perseguição foi repetido pelo deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP). “A justiça brasileira vive um colapso sem precedentes, e a perseguição política se torna cada vez mais evidente”, afirmou. E também defendeu a anistia. “Os réus presos e denunciados por um crime impossível precisam ser anistiados”.